O PRÍNCIPE DE ÉBANO



Eu tenho um sonho: Que um dia o ser humano possa dar as mãos e não fazer mais nada. Apenas amar.

O Príncipe acordou a Vida e foram brincar com o Mar. As Estrelas convidaram o Universo e foram chamar o Infinito para ir também. O Mar ainda adormecido, acordou sorrindo. Foi aí que a Felicidade apareceu de mãos dadas com o Tempo, e convidou a Alma, e seu irmão, o Espírito, para  juntarem-se a eles.

A Lua, muito tímida, disse que também queria ir. Mas desejava convidar a Noite para brincar com ela. Foi aí que o Mar contou-lhe que o Dia havia convidado a Noite. Sendo assim, ela era bem-vinda. Decidiram então que iam ao Planeta Terra, onde o Mar era o rei. O sol prometeu esquentar a brincadeira com muitas surpresas: e cumpriu.

O Príncipe sorria tanto para a Vida quanto a Vida para ele. Brincaram por tanto tempo, que o Universo deitou-se no colo do Infinito para descansar. A Alma acariciava o Espírito, e os dois idênticos, confidenciaram a Noite, que queriam visitar a Casa de Deus.

A Noite contou a todos a novidade. O Príncipe muito feliz concordou e disse: “Se Deus quiser, nós vamos!”. Sim. Ele quis.

Foram todos ao Reino dos Céus conversar com Deus. Mas Deus não estava em casa. Tinha ido visitar a Felicidade e não tinha hora para voltar. Foi aí que o Amor, vizinho de Deus, declarou:
— Deus é onipotente, onisciente, onipresente, como a perpetuidade. Por isso tem muitas coisas em comum com a Eternidade. São amigos inseparáveis. Estão agora comungando a amizade que sentem um pelo outro. Venham comigo! A casa da Senhorita Eterna é logo ali. Eles vão ficar muito felizes em saber que vocês estão aqui.

Deus e a Eternidade estavam iluminados. E todos ficaram também. O Príncipe sorria tanto, que não conseguia falar. Deus olhou para ele e perguntou-lhe o nome. O Príncipe respondeu:

— Sachiko, Senhor. Meu nome é Sachiko. Mas por favor, me chame de “Criança Feliz”. Eu sou o Príncipe de Ébano. Moro no planeta Terra e sou humano. Nasci para ousar. E parte da minha reação é ser forte. E mais do que isso: Não quero ser decepção para mim mesmo. Quero conhecer gente. Ser gente o tempo todo. E compreender através de mim, o que sentem. Para ser quem quiser, porque sinto isso. E não preciso me esforçar para convencer a ninguém. Sou o meu próprio coração. O verdadeiro lar do homem é ele mesmo, Senhor. Por isso, posso dar a minha contribuição, e fazer da Terra: “A Casa dos homens felizes”. Quero ser meu próprio homem. Cuidar de mim. Todo mundo não passa de pessoas. E mesmo assim, como somos sensíveis. E mesmo assim, como somos diferentes. Ninguém nunca esteve tão certo sobre mim quanto a Vida. Ela me conhece mais do que eu a mim mesmo. Por isso, peço a Vida, que nunca mais faça esses truques. Ou me apaixono por ela.  Para o Universo, o Mundo é uma bola de gude. E ele conspira a nosso favor. Clássico, Senhor, é tudo aquilo que vai além do limite da alma. E quando me deixo conduzir pelo processo criativo, a alquimia da Arte, torna-se transcendental. Latente porque é fibra vivente em meu interior. Quando estou com meus amigos, faço parte de uma família. E agora que conheço o Senhor, faço parte da História. Muito obrigado  pelo Senhor existir!

<<<Posto isto, calou-se. >>>

Daquele instante ao desmensurável, ficaram todos acordados, ouvindo o Príncipe e Deus, conversarem por toda a Eternidade.

Mil anos se passaram, o Príncipe lançou-se ao Infinito, que insistiu em dizer:

— Vá à Casa de Deus e leve as suas imperfeições até Ele. Mas não esqueça que é você que faz o milagre acontecer. 


FIM


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Comentários

  1. Maravilhoso, Betto! Amei este conto, querido! Bjs!!!

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