MONSTROS DE BARRO
Estão aí… cheios de superioridade. Pisam nos outros, riem muito e se acham
especiais. Vivem uma vida patética. Confessam em seus atos pura insensatez.
Gostam de ser o centro das atenções. Pensam que o mundo foi feito para girar em
torno de suas tolas cabeças. São dignos de pena. Não há como sentir raiva
deles. Destroem os sentimentos. Consomem-se no desprezo e no abandono. Quando
conseguem construir algo, destroem imediatamente. E são débeis por isso.
Incapazes que são, de fazer uma autoanálise, não possuem amigos. E é nas horas
de desespero que percebem o quão pequenos são. A inveja os corrói. Não são
felizes e não deixam o outro ser. Lançam suas farpas. Machucam-se com suas
próprias armas. Andam rodeados de pessoas, mas isso não significa que não sejam
sós. Desceram à uma profundeza espiritual inconcebível. Cavaram da crosta ao
manto até alcançar o núcleo da Terra. Litosfera. Astenosfera. Mesosfera. Núcleo
externo. Núcleo interno. Daí por diante é ladeira abaixo… Daí por diante… o nada. E
ainda assim, vagam soberanos, fortes, inigualáveis sobre seus pés de barro.
Cospem na vida e caem irrefutavelmente na Lei de Causa e Efeito. São cascalhos
humanos, restos duma obra condenada, tiros no escuro. Não há como admirá-los.
Mas eles estão aí, fazendo suas vítimas. Chafurdam na própria lama. Perdem-se
na própria alma. Um dia dirão: “Salvai as nossas almas!” Não haverá
ninguém para ouvir e ajudar. Mas lá estarão, correndo de um canto para outro,
sem encontrar a saída. E nesse dia, só nesse dia, se fará justiça.
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TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN
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Muito bom, Betto! A sua consciência social é incrível. Além de um grande artista você também é um grande homem. Parabéns!
ResponderExcluirManeiríssimo esse texto Betto! Abs!
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