JOANINHA






Joaninha é daquelas mulheres que falam com ar de doce de coco. Desliza como o som da flauta e transborda delicadeza sem desafinar. Anteninhas de barbante. Ventarolas de algodão doce. O seu andar parece eternizar os segundos. E se o tempo não anda; perdão. Mas debruçou-se na janela para ver Joaninha passar.

Joaninha só não nasceu anjo, porque queria ser anja. Então descobriu que ser mulher é pertencer ao sexo forte. Por sorte, amamentaria os filhos com o leite dos seus seios. E aos filhos de outras mães ofereceria o peito, para que todos os descendentes da Terra, pudessem exalar o seu cheiro.

Jô, Joana, Joaninha Passarinha sem asas que aprendeu a voar. Dedilhando Bossa Nova num banquinho e num violão: como quem reaprende a andar, para voltar a caminhar.

Joaninha não sei se te amo. Mas sei que te amo. És o verde-limão plantado no meio do vale. E se vale te amar, já não sei. Simplesmente, não sei se te amo, mas sei que te amo.

O medo a ti Joaninha; não dominou. Então não foste propriedade de ninguém. Tu me ensinaste o sentido do não dito: do silêncio das palavras. E eu, Joaninha, te ensinei que quem não pode voar,  aprende a andar mais rápido. E se andar ficar difícil, sonha Joaninha! Porque o sonho tem asas, tem pernas, e é todo seu.

Jô, Joana, Joaninha Mulherinha com alma que aprendeu a se amar. Dedicando vida nova ao sorriso que tem nas mãos: como quem reaprende a falar, para voltar a ser ladybug.



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Comentários

  1. Pablo Felipe de Souza Matos6 de junho de 2010 às 09:51

    Domingão em casa, dia de exercitar o corpo e os neurônios. Muito inteligente o seu texto, brow. Maneiríssimo vc, cara! Saudações paulistanas! Abração.

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