HOJE É DIA DE MARIA

- abril 12, 2010

Se eu nascesse de novo, de novo te amaria, Maria. Se eu nascesse de novo Maria, Maria me chamaria, Maria. Se o tempo se juntasse ao infinito Maria, Maria se eternizaria. Maria de noite. Maria de dia. Maria, Maria, se em meus braços estivesses, em meus braços te teria, Maria. E se ao invés de na melancolia, eu antes reparasse na alegria Maria, antes de ser apresentado a dor, a tua felicidade conheceria. O amor em mim Maria, fez alegoria. Mudou-se hoje vestido de poesia. E hoje é que dia? Hoje é dia de Maria! Por isso vou cantar até raiar o dia. Porque hoje é dia de Maria. Calor gelado; “geladeria”. Amor esquentado; “sertania”, Maria. Hoje é seu dia! Porque hoje, flor do meu dia, hoje é dia de Maria!

“Que lindos olhos, que lindos olhos tem você, que ainda hoje, que ainda hoje eu reparei, se eu reparasse, se eu reparasse a mais tempo, eu não amava, eu não amava quem amei”.

Se casasses comigo, Maria, te juro que nem sequer por um dia, envelheceria. És aquela que Deus plantou nos campos para que desse frutos, Maria. És o amor servido na ceia dos justos. Tens uma cor de se mirar rezando. És oceano desaguando em praia deserta. Ilha do paraíso apontando para as estrelas do mar. És meu lar, meu anjo-guardião, meu plexo solar. E se um dia meu submarino amarelo se cansar de contigo navegar, já estarei do outro lado das nuvens Maria, a te esperar. Sou seu pássaro protetor, seu conto de fadas, seu “ciganinho”, seu circo enfeitiçado, seu príncipe encantado, seu amante fiel. Sou seu boneco de pano com coração de papel. Sou seu mel, seu carretel, azul da cor do céu, disposto a lhe ser fiel. Por isso não tenho medo do Asmodeo, nem das sete faces do ateu. Porque meu amor é teu, Maria! Meu bem querer, meus “amô”, meu calor, meu eldorado cabalístico, minha rosa-morena, minha Maria bonita, cuja chave em teu peito nasceu, para abrir meu coração de homem-pássaro, que é todo teu. Vivo completo de ti, Maria. Porque a vida sem ti é sentimento desperdiçado, condenado e culpado, na cadeira dos réus. E para profetizar, vou te amar desde já, aqui e acolá, até alcançarmos, finalmente, as franjas do mar.