Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2011

HAPPY BIRTHDAY

Imagem
Parabéns para você,  Que é feliz sem porquê, Pois tem dentro de si; Uma alegria profunda. Parabéns para você, Que acredita no outro, Que sabe que viver não é fácil; Mas faz da dificuldade, A força que nunca tem fim. Parabéns para você,  Que deseja um mundo melhor, Que dedica a vida pelo bem-estar  do próximo, Que tem dentro de si,  Um amor infinito. Parabéns por ser essa dádiva de Deus, Por cuidar dos seus e dos meus; Parabéns para você!    HAPPY BIRTHDAY ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

TOLERÂNCIA

Imagem
O filósofo inglês John Locke, dizia que “tolerância é parar de combater o que não se pode mudar”. Locke baseava este pensamento na raiz dos sentidos. O mundo é aquilo que entendemos que ele é. E embora não seja nada disso, pode ser, se assim pensamos. Como se cada um de nós tivesse um mundo próprio. A nossa visão, mesmo que limitada de mundo, seria real no nosso “mundinho particular”. Eu sou aquilo que penso ser. Eu sou aquilo que acredito que sou. Mesmo sabendo que a única coisa constante e permanente no universo é a mudança, o que vemos; quando vemos, é o aqui e agora. Do alto da nossa miopia, quase que tomados por uma catarata que insiste em manter os nossos olhos fechados, enxergamos aquilo que dá para enxergar. Inclusive o verbo tolerar. Tolerar para mim seria engolir o maior sapo do brejo sem molhar a garganta. E depois disso: cuspir fogo pelas ventas. Seria aceitar; mesmo não aceitando. Seria como dizer: “Olha, eu não concordo com isso. Mas se a maioria votou que sim, então eu a

MAS O MENOS

Imagem
Ela gostava de escrever. Tinha o dom para as letras. A literatura era para ela o que para nós é o ar que respiramos: vida. Escrevia magistralmente. Impecável como aquele sentimento que nasce com a gente e nos inspira a viver: amor. Era um doce, sim senhor. O que ela escrevia beirava o inclassificável. O que ela escrevia tinha foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito e desfecho. Escrevia em terceira dimensão sem tirar os olhos do papel. Escrevia como escreveria um personagem de Hayao Miyazaki: como quem escreve uma obra de arte. Não era conto, muito menos crônica. Podia ser romance, fábula, epopéia, novela, ensaio. Podia ser do gênero dramático. Podia ser elegia, epitalâmia, sátira, farsa, tragédia ou poesia de cordel. Podia até ser comédia, comédia musical, commedia dell’arte, drama, melodrama, mistério, pantomima, romance, romance policial, romance psicológico, tragicomédia, teatro de marionetes, teatro de máscaras, vaudeville, teatro de improvisação ou performanc

O PERDEDOR

Imagem
O ódio é como um prédio em chamas. Quando sobe, leva-nos para o terraço das desilusões. Para o abismo da mágoa que nos joga na rua da amargura. Um passo em falso: e lá está o corpo estendido no chão. Um passo errado nos levará para os braços da morte. Se ficamos parados, frente às labaredas do rancor,  –  carbonizamo-nos. Se pegamos o elevador, na tentativa de fugirmos do incêndio, acabamos no fosso dos sentimentos caídos. A única saída para o ódio é descer. A única saída para o ódio é deixar-se levar pelo amor. A saída de emergência. A porta corta-fogo. A escada magirus. A escada de incêndio. O corpo de bombeiros. A ambulância. O hidrante. A mangueira. O extintor. A única saída para o ódio é o amor.       O PERDEDOR ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

O VENCEDOR

Imagem
A volta ao mundo em 80 dias. A volta ao dia em 80 mundos. “O amor é como um balão”, – ele disse. “Um invólucro de borracha, de papel ou de plástico, mais ou menos grosso, cheio de gás ou de ar quente; aerostático”. “O amor mexe com a alma da gente, como um globo de vidro com um ou mais gargalos, para operações e experiências”   – completou. O VENCEDOR ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

AINDA BEM

Imagem
Um dia a gente acorda com o grito preso na garganta. E descobre que passou do ponto. O que era vinho: azedou. E deste vinagre transformado em alma, desse vinho transformado em tempo, há um quê de solidão estampado no lamento. O ranso como saída. O fim como despedida. Almas jogadas ao vento como mágoas no ventilador. Mas também tem aquele dia que o amor chega sem avisar. Vem preparado para não dar azo ao azar. Vem com gosto de água na boca. Vem como febre. Vem como seio. Vem como meio. Vem como mão. Vem como a cotovia-de-poupa: Vem sem roupa. E nas minhas reentrâncias: suas. E nas suas reentrâncias: minhas. E na sua abundância: eu. E na minha saliência: você. Somos um dentro do outro. Um dentro de dois. Dois na superfície do todo. Mergulhados no âmago do ser. Na profundidade que faz nós em nós. Somos o agora e o depois. Somos a eternidade deste instante. Doravante, somos dois em um. Somos 2 e 2. 1+1 são 2. Ora pois: Somos o infinito de nós dois.    AINDA BEM ™ ©  copyright by betto bar

AMOR, MEU GRANDE AMOR

Imagem
De repente, me aconteceu você. E o que parecia uma utopia, tornou-se uma grande alegria. Vá, meu bem. Vá tratar dessa preguiça aguda. Desse medo de amar. Levanta e vá buscar no pé de fruta: amora, cajá, siriguela, manga madura e mel de laranja. Vamos nos casar agora. Porque a felicidade sem hora, não tem medo da solidão. Vem, meu bem. É muito bom cuidar de alguém. Levanta e vá buscar na horta: alface, agrião, brócolhe, acelga, couve-flor e rúcula. Vamos nos casar agora. Porque a felicidade; senhora, mora no seu coração. De repente, me aconteceu você. E o que parecia não ter nada a ver, tornou-se a alma do mundo. Vem, meu bem. Traga-me leite de rosas. Levanta e vá buscar no jardim: margarida, angélica, girassol, orquídia, begônia, boca de leão. Vamos nos casar agora. Porque a felicidade, Aurora, habita o meu coração. De repente, me aconteceu você. E o que parecia inverossímil, tornou-se a prova da existência de Deus. AMOR, MEU GRANDE AMOR ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS

SOLTA O SOM DJ!

Imagem
Dançar é como deixar o espírito solto no ar. Tem a ver com aquele antigo desejo do homem voar. Ícaro se asas tivesse: voaria. Ícaro se cá estivesse: rebolaria. Por isso, sem demora:  ‘ Funk you! ’.   ‘ Funk me! ’.  Abro os braços, solto o corpo e... voo. Vou! Cabeça, tronco e membros. Braços, pernas, corpo, alma, mente, espírito, coração. Funk é essa delícia do povo. Não é nada de novo, mas é tudo de bom. É a favela no asfalto e o asfalto na favela. Eu danço, tu danças, ele dança, nós dançamos, vós dançais, eles dançam: Funk! Se intelectual é aquele que sabe avaliar a sua cultura, operário da arte que sou, só tenho uma coisa a dizer:  Solta o som DJ! SOLTA O SOM DJ! ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

AFRICAN WOMAN

Imagem
Ela foi morar na África do Sul. Saiu de casa e foi para Angola. Largou o marido e foi viver em Botswana. Desceu a ladeira e saiu em Comores. Viajou dois dias de camelo, cinco dias a cavalo, quatro ou cinco de dromedário, para conhecer a múmia de Fela Kuti em Lesoto. Casou-se em Madagáscar. Abriu uma vídeo locadora no Malawi. Comprou um castelo em  Maurícia. Andou  de charrete em Moçambique. Jantou um tigre na Namíbia. Foi mordida por uma cobra em Suazilândia. Teve um filho em Zâmbia. Comprou uma Land Rover no Zimbabwe. Achou um rubi em Chade. Comprou um apartamento na República do Congo. Buscou água num poço sem fundo na República Centro-Africana. Ganhou na loteria na República Democrática do Congo. Estudou medicina em Benim. Consertou um jet ski em Burkina Faso. Custeou os estudos de um deficiente visual em Cabo Verde. Dançou kuduru em Camarões. Cozinhou para mais de cem mil pessoas na Costa do Marfim. Foi ao aniversário de um monge budista no Gabão. Amou um açougueiro em Gâmbia. Volt

OS FUNDAMENTOS SUBJACENTES

Imagem
Pegue os tetos cerzidos, os sinos batidos, e vá embora dessa aldeia. Os restos de amores usados, os sentidos cruzados, o afeto ao meio, o coração partido,  a ponta da faca, o vidro em cacos, o armário velho, o prato quebrado: junte tudo e jogue fora.        Pegue o disco do Keziah Jones, Amy Winehouse cantando “Me & Mr. Jones”, o quadro do Gauguin, as foto do Geof Ker, e o que mais quiser. Leve um pouco de dinheiro, tome os meus cartões de crédito, encha o tanque da Ferrari, mas deixe os filmes do Godard. Pois de Jean-Luc: não me separo. Eu botei as cartas na mesa. Agora é a sua vez de blefar. Se ainda fumasse: acenderia um cigarro. Se ainda bebesse: tomaria  2 doses de vodka, ¾ de campari, 2 doses de suco de cramberry e ¾ de espumante. Mas como não bebo e não fumo: esquece.      OS FUNDAMENTOS SUBJACENTES ™ © by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

SEYA

Imagem
Você só faz o quer, mas esquece que eu também sei magoar. Mas não vou fazer isso. Não vou. Fica se baseando em Foucault, mas não tem a menor ideia do que Shakespeare pensa sobre isso. Tem um manual de Froid na gaveta, mas não lê as entrelinhas da vida. Eu cansei de ficar parada no tempo, vendo o infinito passar por mim, e não fazer nada. Fui acusada de aguçar a sua inércia, mas ninguém aqui deu um passo para a solução do problema. Tenho o teorema de Pitágoras na cabeça, mas se não gosta de mim, me esqueça. O dicionário diz que o amor não é isso. Mesmo assim fazemos o contrário do que está escrito.  Não quero me expor dessa maneira, mas a minha popularidade me obriga a sair em todas as capas de revista. Esperei o Pulitzer mais de um ano, e o Oscar chegou por engano. O Grammy veio quebrado ao meio: sem um pingo de lirismo na garganta. Vamos cortar o mal pela raíz. Quero colocar um ponto final nessa prosa e me conscientizar que o nosso caso acabou. Eu vi um filme do Woody Allen semana pas

TE AMO

Imagem
O espelho quebrado no canto da sala e na penteadeira um porta-retrato aos pedaços. Um gosto de despedida na boca e a vassoura de ponta-cabeça, dizendo: Vá! Rá-ré-ri-ró... rua! Tchau. A escada carocol e um si bemol atravessando o samba. A perna bamba, a cadeira fora do lugar, o desejo de cócoras para o ar. A saudade catando poesia no vento, sorrisos espalhados em cima da cama, um alfinete espetado no dedo, presilhas de cabelo caídas no chão e um copo de conhaque de alcatrão. Um pregador, um parafuso, um percevejo. O celular toca, a roupa na corda amarrota, o leite derrama e a sopa queima. O arroz doce desandou. Não acertei o ponto do brigadeiro. Se você não correr agora no armazém, vai faltar açúcar para o doce do neném. Emprestei meus pensamentos e agora não sei o que fazer. Quer me ceder a sua mente? Não passa essa flanela suja no computador! Pode danificar o aparelho. Li numa revista que não é de bom-tom falar palavrão. Pára com isso ou lavo a sua boca com sabão! Quero vender a minha

AVE MARIA

Imagem
Desde os dez anos de idade que Açucena passava os natais sentada na porta da igreja. Filha de pais viciados em drogas, a sua romaria era passar de abrigo em abrigo, até não ter onde ficar. Às vezes fugia. Noutras, fingia: alegria, divertimento, amor, doçura, família, agradecimento, louvor. Apanhara muito da vida. Apanhara muito dos pais. Tinha vezes que era surrada por uma pedra de crack. Noutras: por um grama de cocaína. Conseguiu escapar das surras e das drogas, graças a sua força de vontade. Um dia apanhou tanto que o sangue secou-lhe o pranto. Um dia apanhou tanto que a escuridão cegou-lhe a alma. Um dia apanhou tanto que a barra de ferro quebrou-lhe os ossos. Um dia apanhou tanto que o silêncio calou-lhe a boca. Toda quebrada, viu que os pais estavam tão drogados, que esqueceram de fechar a porta. Desesperada, buscou forças sabe-se lá onde, e arrastou-se porta à fora. Fugiu. Angustiada, buscou forças sabe-se lá onde, e arrastou-se rua a dentro. Desapareceu. Porta à fora. Rua a den

ODEON

Imagem
O ser humano é matéria difícil de se aprender. Uns têm muito, outros têm nada, alguns têm passarinho, outros passarada. Era assim que ele via o mundo: como matéria espessa. Indissolúvel. Nascera no subúrbio. Vivera atado à discriminação. Dias era sim. Outros era não. Seguia vivendo, sobrevivendo, às vezes morrendo. Um dia parou de frente para um livro e descobriu que o mundo não é ruim, não. Tem literatura, tem leitura, tem história, tem conto de fada, tem favo de mel. Pensou em ficar para sempre na Terra. Pensou em passar uma temporada no céu. Lembrou-se de sua infância, de um diálogo que dizia: - Mãe, tem água? Ela disse: - Não. Mãe tem pão? Ela disse: - Não. - Mãe, o que é que tem? Ela disse: - Nada. Assim termina a história do homem que era passarinho, mas sonhava em ser passarada.    ODEON ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

MAHNA-MAHNAM…

Imagem
Hoje cedo, mamãe acordou-me tristíssima, dizendo-me que sua calopsita de estimação havia morrido. Mamãe confortáva-me ao telefone como se o pássaro houvera sido meu. Mas quem deveria corfortá-la não era eu?! Mamãe é uma dádiva de Deus. Mamãe é uma mulher muito sábia. Mamãe é tudo de bom. Sabe mais sobre os segredos da vida do que a vida sobre os dela. Passamos a manhã conversando. Enquanto um falava, o outro; parado: escutava. Enquanto um chorava, o outro: os olhos enxugava. Ficamos ali duas horas. Ela declarando o seu amor pela calopsita e eu achando-a cada dia mais bonita. Quando me acalmei, respirei fundo e disse-lhe: Eu também penso assim, mamãe. Ter tornado-me espírita, deu-me uma outra visão sobre a vida e sobre a morte. Os animais são filhos de Deus como nós. Criados à imagem e semelhança, Daquele que criou-nos simples e ignorantes, para que pudéssemos evoluir. A saudade fica, sim. Mas também fica a certeza de que no colo do Pai, todos nós, racionais e irracionais, nascemos, e p

PRIMEIRO BEIJO

Imagem
O primeiro beijo que me deste foi num dia santo. Brincávamos de feriado e me emocionaste com teu pranto. Tocávamo-nos por todos os cantos e me cobriste com teu manto. Beijei-te como o sol beija a lua. Beijei-te nua. Beijei-te crua. Beijei-te até que nossas almas, ao invés de duas, se transformassem em três.   PRIMEIRO BEIJO ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN