MAHNA-MAHNAM…






Hoje cedo, mamãe acordou-me tristíssima, dizendo-me que sua calopsita de estimação havia morrido. Mamãe confortáva-me ao telefone como se o pássaro houvera sido meu. Mas quem deveria corfortá-la não era eu?! Mamãe é uma dádiva de Deus. Mamãe é uma mulher muito sábia. Mamãe é tudo de bom. Sabe mais sobre os segredos da vida do que a vida sobre os dela. Passamos a manhã conversando. Enquanto um falava, o outro; parado: escutava. Enquanto um chorava, o outro: os olhos enxugava. Ficamos ali duas horas. Ela declarando o seu amor pela calopsita e eu achando-a cada dia mais bonita. Quando me acalmei, respirei fundo e disse-lhe: Eu também penso assim, mamãe. Ter tornado-me espírita, deu-me uma outra visão sobre a vida e sobre a morte. Os animais são filhos de Deus como nós. Criados à imagem e semelhança, Daquele que criou-nos simples e ignorantes, para que pudéssemos evoluir. A saudade fica, sim. Mas também fica a certeza de que no colo do Pai, todos nós, racionais e irracionais, nascemos, e para lá voltaremos, para um dia alcançarmos a eternidade no infinito de nossas almas. Que os anjos digam amém. Deus te abençoe, mamãe. Beijos!  

Desliguei, rezei o Pai Nosso e voltei a dormir.



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