LENCINHO QUERIDO





Quando Gonçalves disse-me que “Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá”, entendi que “as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”. Percebi que “nosso céu tem mais estrelas”. Compreendi que “nossas várzeas têm mais flores”. Vi que nossos “bosques têm mais vida”: “nossa vida mais amores”.

Gonçalves Dias, disse-me:

“Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qui’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”

Após declamar-me a sua “Canção do Exílio”, Gonçalves Dias adormeceu. Após escutar o meu silêncio, aquietou-se e morreu.






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