HABITAT





Ele tinha um buraco negro na alma. Seu habitat era a solidão. Quase sempre estava isolado. Quando havia alguém ao seu lado, era confusão na certa. Ou era alguém cobrando ou era assombração. Eu nunca tive medo dele, não. Tinha pavor! Ele me assustava tanto, que eu sempre me urinava, quando ele passava por mim. Mas acho que ele não era tão mal assim. Entretanto os vizinhos falavam que sim. Diziam que ele era matador de aluguel. Mas como alguém pode trabalhar com a morte? Outros diziam que ele nunca tinha matado ninguém. Eu acho que era tudo mentira. Tudo que falavam era inventado. Mas o que entrou para a história, o que o fez ser lembrado na posteridade, era a fama de mal. Era um homem de caráter ingessado, capaz de tudo para conseguir o que queria.

Mas não vou falar mal dele, não. Foi ele que ensinou-me a gostar de romance. Foi ele que deu-me “Grande Sertão Veredas”. Foi ele que apresentou-me Guimarães Rosa. Foi ele que inspirou-me a amar.   



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