THE CURSE





Esta manhã caiu-me nas mãos uma página, que dizia: “Conhece-se a árvore pelos frutos. A árvore que produz maus frutos não é boa, e a árvore que produz bons frutos não é má; porque se conhece cada árvore por seu próprio fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, e nem se colhem cachos de uvas dos abrolhos. O homem de bem tira boas coisas do tesouro do seu coração; pois a boca fala aquilo do que o coração está cheio”.

Era o apóstolo Lucas falando comigo. Consultar o Evangelho tem dessas coisas: a gente vai ao nosso dia mais equilibrado. A mensagem vem para ser usada com sabedoria. E colado ao corpo da mensagem, podemos ler: “Ama ao próximo como a ti mesmo”. “Não julgueis para não serdes julgados”. “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. “Não se pode servir a Deus e a Mamon”. “Bem-aventurados os puros de coração”. “Bem-aventurados os mansos e pacíficos”. “Bem-aventurados os que são misericordiosos”. E por aí vai... Não se trata de religião. São códigos morais, que se nós usássemos, seríamos muito mais felizes. Porque essas mensagens podem ser traduzidas para os nossos dias como: Não jogue lixo na rua. Não mate o motorista do carro ao lado por ele ter lhe dado uma fechada. Não xingue a sua empregada doméstica porque ela queimou a sua roupa mais cara. Não espanque a sua mulher. Não seja violento com seu filho. Eduque o seu cachorro de modo que ele não fique latindo de madrugada. Quando levá-lo para passear, leve também um recipiente para recolher o coco que ele fizer na rua. Não fume em local fechado, e de preferência, pare de fumar. Se beber não dirija, se dirigir não beba. E por aí vai... Pequenas mudanças de hábito e quebra de paradígmas são melhores do que matar um leão por dia. Até porque isso seria antiecológico. Ao invés de maltratar o tal leão, mesmo que seja numa frase, melhor seria dizer: Derrubar um Muro de Berlim por dia ou deixar ir abaixo a nossa Muralha de Jericó.

Enfim, temos muito lixo guardado dentro de nós, que pode ser reciclado. Se o mal caratismo é a “ética” do mercado, então o mercado não tem ética. Coisas como preconceito, racismo, homofobia, guerras, desmatamento, inveja, hedonismo, vingança, egoísmo, já podiam ter sido amenizadas, e com um pouco mais de esforço, banidas da sociedade global. Minha avó sempre dizia que aquilo que a gente faz para o outro, cai sobre nós mesmos”. Deve ser por isso que vejo tanta gente má sofrendo, porque de fato não fazem nada de bom para ninguém: nem para elas mesmas. Enquanto outros, que são miniaturas da Madre Teresa de Calcutá, da Irmã Dulce, do Buda, do Gandhi, do Cristo, e de tantos outros homens e mulheres santos; pessoas estas que vivem dias, que se não são totalmente felizes, já que a felicidade ainda não é deste mundo, são dias dígnos e justos, o que dá no mesmo.

Felicidade para mim é botar a cabeça no travesseiro, depois de um longo dia de trabalho, e ter a certeza de que não fiz mal a ninguém. E se fiz, me arrepender, e implorar por perdão. O mesmo quero sentir quando me colocarem no caixão. Quero ir para uma das muitas moradas da Casa de meu Pai, certo de que vivi com os bons sentimentos à flor da pele. Se cada um de nós puder sair daqui, deixando o seu melhor para este mundo, terá valido a pena ter vivido. Caso contrário: terá sido uma maldição. E já que comecei com o apóstolo Lucas, terminarei com Fernando Pessoa e seu “Mar Português”:
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu”.





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