HELP YOURSELF






Ele gostava de ações afirmativas, e fazia da inclusão,  o seu ponto de exclamação. Tinha o superlativo na ponta da língua, e o que não era verborragia era eufemismo, e o que não era hipérbole era circunlóquio. Também era afeito à alegoria, ambiguidade, antífrase, antítese, antonomásia, apóstrofe, cacofonia, catacrese, comparação por símile, comparação simples, disfemismo, eufemismo, enumeração, gradação, hipálage, hipérbato, ironia, litotes, metáfora, metalepse, metonímia, onomatopeia, oximoro, paradoxo, personificação, e sinestesia. Mas o que mais gostava era das figuras sintáticas, chamando-as carinhosamente de ‘figuras de construção’. Um dia acordava vidrado em aliteração, no outro emergia ilimitado de anacoluto. E em instantes assim, ele sentia-se tomado por anadiplose, anáfora, analepse, assíndeto, assonância, clímax, diácope, elipse, epizêuxis, hipérbato, pleonasmo, polissíndeto, sínquise, zeugma, e zoomorfização. E banhado em animalização, arrastava o casco no chão como um búfalo feroz, dava dois ou três mugidos, fechava os olhos e mordia. Foi assim que o conheci: entre o pão e o recheio, entra o miolho e o livro, entre o inferno e o paraíso. Mas deixa isso para lá: ele não está mais entre nós. Por isso, não pode confirmar o que eu digo. Melhor a história acabar.   




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