REZA






Às vezes a vida é um tiro no pé. E a gente se pergunta: “Onde foi que eu errei”. É uma bravata. Uma errata. Um recall. Uma piada de mau gosto. E nem sempre é fácil consertar o erro, quando enfiamos os pés pelas mãos. Acho que a minha salvação foi ter descoberto o perdão. Quando o perdão entrou na minha vida, eu estava com o coração aberto. Aí ele pôde fazer morada em mim, como um vento que nos invade a alma, ocupando em nós: um de seus quartos. O que digo é filosófico. Mas é assim que sinto. Mais que um pensamento, é uma vontade tão grande de acertar, que o impossível acontece. O perdão para mim é como uma segunda chance. Quando eu perdou: me sinto mais leve. Quando sou perdoado: voo como uma pipa. A raiva é coisa esquisita. Raiva não é coisa de Deus. A indignação até pode ser. Quando a gente fica indignado com alguma coisa, liberta o cerne da justiça, da ética, da moral. Quando nos enraivecemos, simplesmente liberamos adrenalina, cólera, fel. Envenenamos a nós mesmos. Envenenamos o outro. Perdemos o prazer de viver. 


Eu vivi algum tempo assim. Não achava graça em nada. Via a vida pela ótica dos meus cinco minutos de dor. Parecia que no mundo era só eu que sofria. Eu ali chorando e a humanidade em festa. A minha tristeza era profunda porque eu era um sujeito triste. E uma pessoa digna de pena só se alimenta de restos. Restos de alegria. Restos de poesia. Restos de humanidade. Mas hoje as coisas são diferentes. Vigiar e orar passou a ser a minha rotina. O perdão chegou na minha vida na hora certa. E eu que estava dormente, comecei a sentir o coração bater diferente.

Deus me proteja do não. Deus me proteja do sim. 















      
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