MEUS TEMPOS DE CRIANÇA






Hoje acordei com medo. Medo de não ser convincente. Medo de não ser coerente. Medo de não ser comovente. Medo de não ser como gente. Medo de não ser gente? Urgente! Urgência moral latente. Medo. Pessoa. Medo. Fernando Pessoa. Pessoa. Medo. Pessoa-medo. Falei, depois fiquei mudo. Ouvi, depois fiquei surdo. Quero passar a vida dentro do tempo, até que o tempo passe, e só sobre vida dentro de mim. Quero amar e ser amado. Quero doar e ser doado. Meus tempos de criança passaram e eu também passei. Passado estou. Passado sou. Tenho medo. Muito medo. Medo de envelhecer solitário. Medo de mulher e filhos não ter.  Medo de passar pela vida com ar de despedida. Medo de não durar mais que um segundo. Medo do submundo. Medo de ser vagabundo. Medo do lado sujo do mundo. Medo.




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Comentários

  1. Antônio Maria de Sales Neto21 de julho de 2011 às 16:47

    Lendo os seus textos, eu vejo como a arte é encantadora. Você, um ser humano tão doce, consegue transpor tamanha gentileza e mergulhar no submundo dos sentimentos humanos, sem deixar de ser lírico. Amo escritores que como você, conseguem dar um salto no tempo, através da arte. Voce é um homem a frente do nosso tempo e é tão simples, que nem percebe. Seu talento vai além do senso comum, Barquinn. Abençoado seja aquele que tem o privilégio de ter você como amigo. Oxalá te proteja, amigo. Abs!

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  2. Betto Barquinn é aquele tipo de homem, que só em sabermos que está no recinto, saímos correndo para adorá-lo. É um prazer ser seu fã, caríssimo escritor! Vida longa ao Rei!!! Abs!

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