BACK TO BLACK





Amy subiu para o andar de cima com um gosto amargo na boca: Back to black. Apaixonou-se pelo homem de sua vida, que apaixonou-se pela mulher da vida dele. Fossa, fossa, fossa. Ela viveu como quem soubesse que morrer não é tão ruim assim. Julgá-la seria um desperdício: Jogue a primeira pedra quem nunca tropeçou. Adepta do famoso: “Cigarrinho de artista”, Amy extrapolou. Pegou pesado em todo tipo de droga. E o cigarro ficou para trás, – esquecido numa pilha de amor e ódio. O romance de Amy e Blake foi a versão barra pesada de Romeu e Julieta: Embora não haja nada mais barra pesada que Romeu e Julieta. Nem Bonnie e Clyde, com aqueles assaltos a bancos e assassinatos no curriculum, chegaram a tanto. Que dirá Amy e Blake: a vida imita a arte, mas ninguém supera Shakespeare(!) Modernos até a overdose, – tornaram-se os últimos românticos: de volta ao luto. Viver não era fácil para Amy. Viver não é fácil para ninguém. Sua vida era uma novela mexicana, – filmada no submundo de Londres. Amy era ‘underground’ até debaixo d’água. Uma menina perdida num pub em Camden Town: cheia de talento. Ela não nasceu com aquele ninho de pombo na cabeça nem com aquele olho preto de delineador. Ela nasceu, apenas. E é isso que importa. A dor de Amy não tinha nada haver com depressão: Ela já era dolorida, antes mesmo de nascer. Seu visual anos sessenta, suas tatuagens escalafobéticas, suas canções autobiográficas, a paixão doentia por Blake... enfim: os braços cheios de pin-ups, o visual: ‘Socorra-me!’ – e os altos e baixos de uma vida atropelada pela fama, iam muito além dos cinco prêmios Grammy que Amy ganhou. Ela era nitroglicerina pura,  – atirada do palco. Rehab. Naquele corpinho mirrado, havia uma alma em reabilitação: que fumava crack, bebia muito, tinha a vida perturbada, carreira promissora, aplique psicodélico, muito medo da vida e nenhum medo da morte: uma mulher de volta à solidão. Assim foi a vida daquela que nasceu em 14 de setembro de 1983 e morreu em 23 de julho de 2011. Mas não foi só isso. Ninguém é só uma coisa. Ninguém é uma coisa. Ninguém é uma coisa só: Amy foi filha, foi mulher, foi uma cantora de sucesso e uma benção na vida daqueles que souberam amá-la, – apesar dela mesma. Bye, bye Winehouse. Winehouse: Bye, bye.







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Comentários

  1. Esse texto me deixou sem palavras, Betto. Bela crônica, onde você fala de Amy Winehouse sem julgá-la. Narrativa perfeita. Parabéns! Abs!

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  2. Muito lindo o seu blog, Betto! Texto incrível, amado! Bjs!

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  3. Que isso bebê? Muito linda a homenagem, gatinho! Adorei, Betto! Bjs!

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  4. Um escritor extremamente talentoso! Parabéns!

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  5. Muuuuuuuuuuuuuuuito legal, Betto! Amei!!!

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  6. Você é um talento infindo, cara. Seus textos são um presente para todos nós: leitores de Betto Barquinn. Vida Longa ao Rei! Abs!

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