DRAGOSTE LA PRIMA VEDERE






Ela tinha um espantalho de brinquedo, que comprara numa feira de antiguidades em Bucareste. Todas as tardes, dava-lhe corda. O epantalho saia andando, rodopiava três vezes, dava um grito e voltava. Era chato aquilo, mas ela adorava. Tinha dias que dava-lhe tanta corda, que ao invés de andar, o espantalho saia correndo. E que grito esquisito era aquele: O espantalho gritava tanto, que dava medo. Ela gargalhava. De tanto usar o brinquedo, o bicho quebrou. Ela chorou o dia inteiro. Tentei concertar, mas não pude. Quanto mais mexia, mais o espantalho gritava. Sem que ela visse, arranquei-lhe os olhos. Sem que ela visse: dei uns tapas nele. Sem que ela visse: cortei suas cordas vocais. O espantalho era horrível. Melhor jogá-lo no lixo, voltar à Romênia e comprar outro. 
      



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