MOHANDAS

Mohandas era um homem tão iluminado, que saía faísca dos seus olhos toda vez que sorria. Ser tocado por ele era o mesmo que chegar perto de um santo. Isso mesmo: Mohandas era um homem santo. Teve a benção de ser batizado com o mesmo nome de Gandhi: Aquele que libertou à India do domínio britânico sem derramar uma gota de sangue. Mohandas Karamchand Gandhi, ou Mahatma Gandhi, como é mais conhecido, era partidário do princípio da não-violência. Mahatma (A Grande Alma) revolucionou o seu país e o mundo, porque era um homem bom a serviço da paz. E como ele, o Mohandas da nossa história, era um doce de pessoa. Passou pela Terra como um vento próximo da superfície do mar. Leve como a brisa. Lembro-me como se fosse hoje, dele ter me dito o seguinte: “O ser humano é à imagem e semelhanca de Deus, não no aspécto físico, porque o Criador é imaterial. Mas no aspécto genuíno da criação: O espírito. Deus quando criou-nos, nos fez simples e ignorantes, para que alcançássemos por nós mesmos o paraíso. Por aí passa o livre arbítrio: a capacidade de cada um de lidar com suas próprias escolhas. Liberdade é isso: escolher no que queremos nos prender. Não como uma prisão propriamente dita, mas como filosofia de vida. Exercitamos o desapego, para lá na frente, nos unirmos ao Criador. O ser humano ocidental tem medo da morte porque nasceu no berço do materialismo. Desconfia da vida eterna porque foi adestrado como um cão: só enxerga o aqui e agora. Não pára para pensar que o porvir é o que realmente importa. As pessoas acham que quando a gente morre acaba tudo. Mas isso seria uma afronta à soberana justiça e bondade de Deus. Portanto, meu filho, faça o bem sem olhar a quem. Mesmo que para isso você tenha que morrer pregando a palavra de Deus: faça o bem. Pois a sua verdade é a minha verdade, e é a verdade de todos os homens. Porque a nossa verdade é a verdade de Deus.”

Meu pai era esse homem bom, que doou-me tanto amor, que se eu vivesse eternamente no corpo físico, ainda sim, sobraria amor para dar e vender.

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