DACA DRAGOSTEA DISPARE






Ninguém sabe o que se passa aqui dentro. Tenho passado um pedaço debaixo desse muro. Hoje apanhei no chuveiro. Vieram uns homens e ‘boom’: socos, pontapés, golpe baixo, tudo. Eu fiquei quieto, sabe? Não disse nada. Tem até uma advogada que quer me ajudar, mas eu não deixo. Vim parar aqui por minha culpa. Deram-me um tiro na nuca, engoli o choro e cicatrizei. Sei que você não entende o que eu digo, mas estou com dor de barriga. Não vou responder. Eles me bateram muito, sabe? Fizeram coisas horríveis. Saí correndo, caí, bati a cabeça e morri. Isso... alguma coisa morreu aqui dentro. Não sei porque disse isso. Não sei porque escrevo essas coisas. Deixa para lá... O papel está acabando. A tinta da caneta secou. Quando vier me visitar, traga fósforos. Vou ficando por aqui. Leia a carta, depois queime. Eu ainda te amo, sabe? Apesar do pedaço que passo, jamais irei lhe esquecer.




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