TÚ PUEDES SANAR TU VIDA





Tenho certeza que em alguma encarnação devo ter sido anão. E esta impressão se dá, toda vez que me vejo pequeno demais para o corpo que habito. É como se o meu lado anão viesse me lembrar, que do alto dos meus quase dois metros de altura, existe alguém que pela primeira vez vê as coisas de cima. Por isso não costumo olhar para baixo. Por esta razão às vezes tropeço e caio. Mas depois me levanto, certo de que lá do alto a vista é mais bela. Quando criança, me perguntavam como é que estava o tempo aqui em cima. Aí eu respondia: “o dia está lindo”. É como se viessem me condecorar pelo fato de já ser grande numa idade em que todos são pequenos. É como se soubessem que nasci para ver a vida sob a ótica das nuvens. Isso se repetiu na adolescência. O mesmo acontece até hoje, quando os primeiros cabelos brancos me dizem que estou prestes a descer a rampa da montanha-russa. Isso porque as pessoas costumam diminuir com a idade. Acho que perdemos uns cinco centímetros quando a velhice bate-nos à porta. Por isso é necessário que façamos exercícios físicos. Assim a gente interrompe, ou pelo menos adia, a curva decrescente do tempo.

Semana passada me disseram em tom de brincadeira que o meu perispírito é enorme. Para quem não sabe, perispírito é o nome que se dá, segundo os ensinamentos da Doutrina Espírita, ao elemento intermediário entre o corpo e o espírito. Enfim, o perispírito, que tem a forma física do corpo, também tem o tamanho deste. Daí o gracejo: “Seu perispírito é enorme”. Ou seja, seu corpo espiritual é tão grande quanto seu corpo material. Inteligente a piada. É como se soubessem que nasci para ver a vida sob a ótica das estrelas. Bom saber que no mundo dos espíritos, conservarei a mesma altura. Apesar de que, como sei que fui anão em outras vidas, talvez retorne a minha condição de baixinho daí a algum tempo. Nada contra. Às vezes a minha altura atual me mete em encrenca. Assim é quando esbarro nas coisas penduradas no teto. Assim é quando bato com a testa nas araras das lojas. Como tudo na vida, ser alto também tem prós e contras. Mas eu gosto de viver à altura dos postes.

De todas as vidas que vivi esta é a mais importante. Porque ela está acontecendo agora: debaixo dos meus olhos. Viver este instante é a minha chance real de descobrir o que há dentro de mim. Porque entre erros e acertos, toda vez que escarafuncho em minhas gavetas, acabo encontrando alguém que é meu e que me pertence. Por isso entre aquele anão que fui um dia, e este gigante que sou hoje, existe uma vida inteira. Eu já fui tanta gente, animei tantos corpos, e se parar para pensar, ainda serei tantos outros, que o infinito de minh’alma torna-se-á pouco, para tudo que o espírito ainda viverá. Mas como Deus não erra nunca, sei que existe um espacinho de mim, aqui e ali, para servir de morada a todos estes que virão. Sejam todos bem-vindos. Vivê-los-ei um a um, cada um a seu tempo, até um dia acordar, e descobrir que passei a vida inteira deitado no colo de Deus. Porque se o Criador é a criatura, a criatura só pode ser o Criador. 


Tenho certeza que em alguma encarnação devo ter sido gigante. E esta impressão se dá, toda vez que me vejo grande demais para o corpo que habito.     
            
                                      
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