PRA SONHAR




O amor se manifesta na minha vida nas mais variadas formas. Às vezes vem através de um sorriso, em outras em um abraço fraterno, e como sempre acontece nessas horas, fico com os olhos rasos d’água. Há cinco anos o amor chegou-me através de um cão parado no portão. O vira-lata precisava de ajuda. Era um filhote. Pouco mais de duas semanas de vida. Estava com fome, com sede; cheio de vermes, pulgas e carrapatos. Padecia de uma anemia profunda. Chorei muito naquele dia. Estava sem dinheiro, e alimentar mais uma boca, seria tirar leite de pedra. Mas como se tira leite de pedra? Não sabia, como não sei até hoje. Entretanto, não desperdiçaria a possibilidade de coadjuvar. Aquele ali, parado no portão, era um filho de Deus pedindo o meu auxílio. E quem sou eu para dizer não a um filho de Deus? Ninguém. Então, abri as portas do meu coração para aquele, que a partir daquele dia, tornou-se a razão da minha existência. Dei-lhe o de comer e o de beber. Levei ao veterinário. Gastei o que tinha e o que não tinha para garantir que aquela vida não pereceria. Era eu, o representante de Deus, naquele momento. Era eu, o enviado do Pai à Terra, com a missão de salvar a vida de alguém. Logo eu, pequeno e imperfeito, sendo instrumento da Obra do Criador… Hoje, Bebeinho, esse é o seu nome, é o cachorro mais feliz do mundo. Do alto dos seus cinco anos de vida tem saúde para dar e vender. Bebeinho é o ponto alto da minha biografia. Pois foi ele que me trouxe a alegria de viver. Bebeinho ensinou-me que Deus se manifesta a cada instante em nossas vidas: é só ter olhos para ver e ouvidos para ouvir. Se até as pedras se encontram, por que o amor não iria me encontrar? Logo, socorrendo-o, era eu o acolitado. Visto que tudo tem a sua razão de ser. Há um tesouro incalculável dentro de nós. E é a esse tesouro que Deus se dirige quando quer fazer de nós um instrumento de Sua paz.   Portanto, Bebeinho é o ser iluminado, que irei amar e respeitar, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até o último dia das nossas vidas.

O amor é aquele sentimento que nos pega distraídos: só para ver se estamos vivos.



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