NÃO VOU ME ADAPTAR

Ele diz que o país em que vive é um lixo. Algo como ‘uso e jogo fora’. Segundo ele, tudo ali é descartável e sem possibilidade de reciclagem. O que ele não percebe ao dizer essas coisas, é que também faz parte do despejo. O detrito ao qual ele se refere está nele. Porque se o país vai mal das pernas, a culpa também é dele. O delito é de todos. Pois um país sozinho é uma região geográfica. Mas um país habitado é uma nação. Portanto, todos que vivem ali, são responsáveis por tudo que se passa no Estado Soberano.

Se alguém está infeliz com o país em que vive, que procure mudar as coisas. Caso contrário, que arrume as malas e vá embora! O mundo é muito grande, para um parasita qualquer, só porque tem dinheiro e não sabe como gastar; se achar no direito de dizer o que é certo e o que é errado, se ele próprio é um desastre. Quem não faz nada, e ainda reclama, é um ser devastador; porque além de não conseguir livrar-se do mal de si mesmo, polui o ar que os outros respiram. É fácil colocar o dedo em riste e sair ditando regra. Logo, deixo a pergunta no ar: como o ser humano pode descer tão baixo sem ao menos se mexer? Há muita coisa errado na sociedade, para alguém do conforto do seu gabinete, sentado numa poltrona de couro, debruçado num computador de última geração, ter o desplante de abrir a boca e fazer com que meus ouvidos chafurdem na lama dos seus achismos. Quem é capaz, arregaça as mangas e trabalha. O resto, traveste-se de pseudo-intelectual, e enquanto come bosta, arrota caviar. 

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