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Depois da morte, ele foi trabalhar no departamento do céu, que recebe as nossas orações em forma de carta. Ali eles anotam cada pedido nosso e mandam para um outro setor, onde os anjos analisam cada detalhe, e de acordo com o merecimento de cada um: realizam desejos. É tudo muito organizado e limpo: moralmente e afetivamente, por assim dizer. Ali ele descobriu que os anjos foram um dia: homens de carne e osso. Viveram embalados por infinita bondade. E de encarnação em encarnação, tiveram o refazimento de suas almas, tornando-se assim: Espíritos do Bem. Ele era candidato a ser anjo um dia. Como todos nós somos também. Aliás, esse é o destino de nossas almas: tornarem-se à Alma dos Anjos. Ele aprendera também que o certo não é dizer “nossas almas”. Porque nós é que somos as almas. O certo é dizer: “nossos corpos físicos”, pois este é só o invólucro das almas, que são corpos espirituais.
Quando partimos levamos a nós mesmos, deixando aqui nossos corpos. Isso dera-lhe uma nova visão da vida após a morte. Compreendeu que se somos maus, levamos conosco toda a nossa maldade. Seja lá para que lugar formos, sofreremos o tamanho exato de tudo que fizemos o outro sofrer. O mesmo acontece com quem é bom: usufrui de toda a felicidade que doou, e recebe o pagamento em forma de trabalho, proteção, respeito e amor.
Aquele lugar do erraticidade era uma benção de Deus. Um lugar feliz, que recebia todo tipo de prece. Algumas eram genuinamente sinceras, e vinham de espíritos bons. Outras eram tão absurdas, que nem mereciam ser lidas. Mas eram. Pedido a pedido era documentado. Quando chegavam às mãos dos anjos, eram lidos e relidos novamente. Aos bons era dado o lenitivo que os levaria à realização de seus sonhos. Aos maus era dado paciência, para que entendessem que já receberam a sua recompensa.
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