BARBIE GIRL



Ela é assim, como tesouro embrulhado para presente, destribuído para crianças mimadas. Pertence a todos, mas não pertence a ninguém. E essa contradição contrariada, esse pertencer não pertencido, essa árvore que é fruto, inebria a gente porque existe: e isso é mágico. Ela fica entre a doce delícia de viver e o tenro encanto de ser. Quando passa, abre-se como o mar vermelho, num largo sorriso que leva a tristeza embora da gente. É uma daquelas mulheres santas, que fazem do milagre, o açúcar que afasta o gosto amargo da vida. É uma brisa no final da tarde. É lua cheia em noite de verão. Se tem estrelas, ela conta uma a uma, até adormecer. Se tem café no fogo e bolo no forno, arruma a mesa e oferece um lanche. Ninguém perto dela fica em silêncio. É o tipo de pessoa que jamais passaria desapercebida. É uma frase perdida num livro de Clarice Lispector. É um poema de Drummond. Às vezes parece distraída, como quem observa a vida pelo canto do olho. Em outras fica quieta: conversando lá com seus botões. Se tivesse um nome: chamaria-se poesia. Se tivesse um enredo: seria um conto. Mas ela é mais o sereno da vida quando encontra a paz. Ela é uma fração de segundo: um minuto ou dois de abstração.

Eu gosto dela e ela gosta de mim. Somos um casal de ponta-cabeça. Eu sou rua larga. Ela é avenida estreita. Eu acho que ela é a mãe do mundo. Uma rosa, uma deusa, uma oração, uma igreja: alguém para lá das nuvens do céu.       


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