PONTUAL
Hoje passei o dia na cama com Alice Ruiz e Paulo Leminski. Fizemos das letras o nosso ménage à trois. Paulo escreveu poesia no meu corpo. Deu-me de presente um poema na barriga. Alice deu-me “Dez Haiku”, “Céu de Outro Lugar”, “Sendas da Sedução”, e “Issa”.
Marcávamos o nosso encontro às três da manhã. Paulo, muito pontual, chegava às duas. Alice com medo de se atrasar, chegava à meia-noite. E eu que nunca alcancei a pontualidade britânica, chegava quando o Big Bang já passava das quatro.
Estava ali quando Paulo escreveu “Quarenta clicks em Curitiba”. Estava lá quando Alice escreveu “Navalhanaliga”. Ela empolgou-se e me deu: “Paixão Xama Paixão”, “Pelos Pêlos”, “Hai-tropikai”, “Rimagens”, “Nevem Feliz”, Vice Versos”, “Desorientais”, “Haikais”, “Poesia Pra Tocar no Rádio”, e “Yuuka”. Paulo não se fez de rogado, e me ofertou: “Curitiba Etecetera, 1976”, “Polonaises”, “Não fosse isso era menos/ não fosse tanto e era quase”, “Tripas”, “Caprichos e relaxos”, “e Ruiz, Alice”, “Um Milhão de Coisas”, “Distraídos Vencedores”, “La vie en close”, “Winterverno”, “Szórakozott Gyozelmunk (Nossa Senhora Distraída)”, “O ex-estranho”, “Melhores Poemas de Paulo Leminski”, e “Aviso aos Náufragos”.
Fiquei ali vendo-os fazer poesia. Fiquei ali num canto da cama comendo biscoito. Quando vimos era tarde. Já passava das oito. Largamos os lápis e os cadernos parados no tempo, e voltamos para o nosso ménage à trois: literário.
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