NOSTALGIA HABANERA






Amizade é algo que levamos onde quer que estejamos. Amigo a gente leva no peito, porque é impossível viver sem coração. Se parto hoje, foi porque tive que partir. Se choro tanto, é porque sem ti, não há motivos para sorrir. Mas sei que haverá um tempo em que nos encontraremos. Haverá um dia que seremos só alegria. Deixo para trás minha Havana querida. Deixo o arroz de minha terra, minha carne de porco, meu feijão-vermelho, a banana assada de meus dias, e o rum de minhas utopias. Parto para terra estranha, que de minha, não tem sequer o nome. Sou um homem sem sobrenome, caminhando para o desconhecido de minh’alma. Aqui sou Javier ou Rubén, Ramón ou Juan. Lá serei mais um ‘compañero’ que partiu para não mais voltar. Deixo para trás meus melhores dias, minhas doces companhias, minhas tardes de sol, minhas noites de luar. Deixo minha Havana querida, minha fé, minha euforia, meu canto, minha poesia, meu pão de cada dia, meu céu, meu mar. Deixo minha juventude, meu último ato, minha atitude, aquilo que fui sem ter sido, aquilo que sou sem ser nada, meu relâmpago, minha trovoada, meus lampejos de esperança, minha infinita bonança, meu passado, minha vida, meu espírito e meu lar.


Adeus, Havana. Adeus. Para os que ficam: os abraços meus, entrelaçam-se aos seus, como um puro. Para os que vão: ofereço-me todo, entrego-me inteiro, porque o desconhecido me apavora, mas a solidão me devora. Sinto muito, mas tenho que partir.


Adeus, Havana. Adeus.  













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