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Mostrando postagens de outubro, 2011

EXATO MOMENTO

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O amor chegou na minha vida como um sorriso num espelho d’água. Não sei explicar como aconteceu. Só posso dizer que chegou no exato momento que minh’alma precisava amar. Veio embalado para presente. Trouxe-me tanta sorte, que vivo abençoado por aquele beijo. Aquele beijo. EXATO MOMENTO ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

LUZES DA SIMPLICIDADE

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As coisas simples para serem conquistadas, ao contrário do que pensamos, necessitam de muita determinação e sabedoria. Se parássemos para pensar nas raridades que estão ao nosso redor, descobriríamos um ínfimo e grandioso universo em cada flor, em cada exemplo de vida. O ódio que paira sobre as grandes cidades, a falta de integração entre os povos, faz com que a correria e o desinteresse, passem por cima de relações, que com um mínimo de afeto, poderiam criar laços, que se não eternos, suportariam ao menos, as pequenas transformações humanas. Laços que se fortaleceriam, mesmo diante das catástrofes ocasionadas pelo homem. Às vezes o individualismo me atropela. Às vezes a solidão mostra-me a cara. Ser simples é ser comum. Ser simples é ouvir Omara Portuondo cantar “Killing Me Softly With His Song”. Pois as artificialidades da vida, o mar das vaidades humanas, a antropofagia da alma, o exagero do corpo, afasta-nos de tudo aquilo que chamamos de nós. Laços são nós. Quem não é capaz de enl

ONCE IN A LIFETIME

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Eu tenho Band-Aid grudado na alma. Sim, tem alguma coisa grudada em mim. Algo que me conecta ao mundo exterior. Algo que  me leva para fora, depois me interioriza. Eu tenho uma dor de cabeça profunda. Tenho um pedaço de bolo fazendo aniversário na geladeira. Tenho um espírito solto no ar, que diz: "Hoje deveria ser apenas mais um dia para ser feliz". Hoje deveria ser feriado. Deveria ser sexta-feira. Deveria ser dia santo. Deveria ser "Talking Heads". Hoje deveria ter passeata. Deveria ter desfile cívico. Deveria ter banda de música. Deveria ter Keith Haring. Hoje deveria ser domingo. Deveria ser dezembro. Deveria ser primavera. Deveria ser você. ONCE IN A LIFETIME ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO B ARQUINN

DANDO TEMPO AO TEMPO

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Time of my life... Sentado à mesa de um bar, olhando as pessoas que passam, e pensando: Será que elas têm algum problema? Andam tão rápido e com os rostos tão tristes. Talvez procurem algo. Talvez procurem a si mesmas. Sei lá... Muitos passam e me olham. Acho que é estranho ver alguém sentado à mesa de um bar, meditando sobre a alma do mundo. Mas eu sou assim mesmo: Observador por natureza. Sou feliz porque me descobri entre um pensamento e outro. Não busco mais nada além de mim mesmo. Sei que há um propósito para a minha vida. Sei que faço a coisa certa. Minha intuição nunca me deixou errar. Não tenho coisa alguma, senão o espírito. Sei que sou o juiz e o cadafalso da minha existência. Descobri que todos nós temos um potencial ilimitado. Somos a força divina. Somos a luz que inspira a alma, seduz o espírito, acalma a mente e conforta o coração. Temos o poder de mudar o mundo. Somos os donos do tempo. Somos os herdeiros de Deus. Quando se descobre que a vida não foi feita para ser lame

ORAÇÃO AO TEMPO

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Envelhecer seria dar ao espírito o tempo de aprender com o corpo? Envelhecer seria dar ao corpo o tempo de aprender com o espírito? Envelhecer seria poesia? Não sei. Só sei que minh’alma embora tenha vivido tudo que viveu, ainda tem fôlego para jogar-se no mar e nadar. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com ORAÇÃO AO TEMPO™ © copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN  

O DIA D DE DRUMMOND

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Homenagem a Carlos Drummond de Andrade. (31/10/1902 – 17/08/1987) Poesia é paixão, emoção, é arte, É a expressão mais doce e salgada da vida; É “Rosa do Povo”, É “Brejo das Almas”. É  “ Sentimento do Mundo ”. Os olhos buscam a inspiração, O coração a encontra, As mãos passam para o papel, Aquilo que o espírito sente, E a poesia nasce. O poeta é um ser iluminado, Que liberta-nos à alma, E faz-nos expandir; Flutuar. Poesia é tema, É  poema, Faz-se romance, Torna-se vibrante,  E calma ao mesmo tempo. A poesia é capaz de abrir,  Os corações mais herméticos, E trazer felicidade, Aos que a procuram. É simples como a vida; Mas é preciso ser sensível,  Para captar as suas mensagens:  Subliminares. Poesia é Carlos Drummond de Andrade, É um pouco de “o poeta de pedra”, Que está vivo em cada palavra  que escreveu. Sem poesia, O que seria amor? Sem Drummond, O que seria amar? Poesia é natureza, É inspiração. O sol é poesia, A morte é poesia, A vida é. Se olharmos bem firme para o horizonte, Perceb

SMILE

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Ele vivia fazendo planos para o futuro, mas esquecia-se de viver o presente. Dizia que a única certeza que tinha da vida era que um dia iria morrer. Era uma alma fatalista. Acreditava que tudo estava escrito, o destino manipulava o mundo, e o ser humano tinha um papel passivo no universo. Para quem pensa assim, cruzar os braços e deitar numa cama de pregos, é a melhor opção. Aliás, a única. Tinha um quê de pessimismo no pensamento. Havia algo de podre no reino da Dinamarca. O baixo astral era como viver entre o horrível e o horroroso. Não enxergava o azul do céu. O verde das matas. O colorido da vida. Para ele tudo era preto e branco. Na melhor das hipóteses: desbotado e sem foco. Como um míope da alma via a vida de forma distorcida. Chato viver assim. Desagradável esperar o pior do melhor. Esquecia-se das coisas simples. Por exemplo: Esquecia-se que sempre é época de se plantar uma árvore. Sempre é época de se escrever um livro. Sempre é época de ter um filho ou de adotar um fi

JUSTIFY MY LOVE

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Ele vivia pedindo para ela uma prova de amor. “Se você me ama, faz isso. Se você me quer, faz aquilo”. Ela fazia tudo que ele queria. Ontem ele pediu que ela pulasse do precipício como prova de amor. Ela pulou.    CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com JUSTIFY MY LOVE™ © copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

EROTICA

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Ela procurava alguma coisa em mim. Tinha os dedos sujos de confete. Às vezes passava purpurina na boca, depois cuspia. Eu era uma espécie de brinquedo. Ela chamava-me de ‘boy toy’. Fazia de mim o que queria. Sempre vinha com água na boca. Às vezes vestia-se de coelhinha. Em outras, chamava-me de Marlon Brando. Eu nunca soube o seu nome. Mas era alguma coisa parecida com Angelina Jolie. Talvez pelos lábios grossas. Talvez pelas pernas finas. Dizia que queria mostrar-me ‘as partes’. Nunca soube quais eram. Mas sabia que eram cheias de carne. Erotica visita-me todas as tardes. Tinha um quê de “La Belle de Jour”. Um quê de Alceu Valença. Embora estivesse mais para Catherine Deneuve. Entretanto a minha “Belle De Jour” era mais bonita. Parecia-se com Silvia Pinal em “Viridiana”. Parecia-se mais com Luis Buñuel em “Os Esquecidos”. Minha Erotica às vezes aparecia vestida de freira. Dizia que queria me catequisar. Mas não fazia nada, além de passar melado no meu corpo. Dizia que eu era seu favo

BROCAL DOURADO

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As coisas simples são as mais complicadas. As coisas complicadas são as mais simples. Qual será o segredo das coisas? Elas são tão complicadas porque são simples ou são tão simples porque são complicadas? Qual é a boa, hein? Qual é a boa? BROCAL DOURADO  ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

PEDRINHO

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Para um menino até que ele era bonito. Passava uns negócios no rosto que  mais parecia piche. Dizia que queira ser negro, porque pele branca ficava logo manchada. Achava-se amarelo demais para quem nasceu no país do sol. Passava maquiagem o tempo todo na cara. Às vezes aparecia marrom. Dizia que acordara mulato. Não sei porque ele fazia essas coisas. Mas ele gostava de ser negro. Era engrançado ver aquele menino loirinho com a pele pintada de preto. Pedrinho era bonito. Bonitinho. Mesmo sendo branco. Mesmo sendo preto.   PEDRINHO   ™ copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

PONTUAL

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Hoje passei o dia na cama com Alice Ruiz e Paulo Leminski. Fizemos das letras o nosso ménage à trois. Paulo escreveu poesia no meu corpo. Deu-me de presente um poema na barriga. Alice deu-me “Dez Haiku”, “Céu de Outro Lugar”, “Sendas da Sedução”, e “Issa”. Marcávamos o nosso encontro às três da manhã. Paulo, muito pontual, chegava às duas. Alice com medo de se atrasar, chegava à meia-noite. E eu que nunca alcancei a pontualidade britânica, chegava quando o Big Bang já passava das quatro. Estava ali quando Paulo escreveu “Quarenta clicks em Curitiba”. Estava lá quando Alice escreveu “Navalhanaliga”. Ela empolgou-se e me deu: “Paixão Xama Paixão”, “Pelos Pêlos”, “Hai-tropikai”, “Rimagens”, “Nevem Feliz”, Vice Versos”, “Desorientais”, “Haikais”, “Poesia Pra Tocar no Rádio”, e “Yuuka”. Paulo não se fez de rogado, e me ofertou: “Curitiba Etecetera, 1976”, “Polonaises”, “Não fosse isso era menos/ não fosse tanto e era quase”, “Tripas”, “Caprichos e relaxos”, “e Ruiz, Alice”, “Um Milhão de Co

ÀS VEZES

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Eu tenho ganho tantos presentes que não sei o que faço com os meus espaços. Recebo flores todos os dias. Ontem chegou-me um buquê de rosas vermelhas. No cartão estava escrito: “Faço tudo para que você seja feliz”. Foi Deus quem me mandou essas flores. As maravilhas de Deus tem me conquistado bastante. Às vezes me pego dormindo. Noutras, caminho de pijama na rua. De vez em quando Deus me prega uma peça. Hoje mandou-me uma caixa de sonhos. Nela tinha tanta alegria que sorri todo o dia. Talvez eu não mereça tanta felicidade. Mas eu gosto. Às vezes sinto uma coceirinha na ponta do nariz. Às vezes meu pé parece dançar. As pernas acompanham e me pego pelado no meio da sala de estar. Ouço um pouco de Tulipa Ruiz. Ouço-a até cansar. Depois coloco água no copo e bebo. Chupo gelo até a língua ficar dormente. Graças a Deus nunca fico doente. Graças a Deus. ÀS VEZES   ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

DA MENINA

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A girafa comprou uma escada para parecer mais magra. A elefoa fez o mesmo e caiu no chão. A macaca comprou uns patins para andar de skate. A leoa testou o invento, e como a elefoa, abraçou o chão. Não sei o que está havendo com as fêmeas da floresta. Estão querendo parecer mais magras. Estão caindo toda hora no chão. A onça deu para comer folha. A tigresa agora só come agrião. Deve ter alface demais nessa dieta. Se está faltando carne na mata, eu não sei. Só sei que “vou-me embora pra Pasárgada”. Lá Manuel Bandeira é amigo do rei. DA MENINA   ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

SUSHI

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Hoje aprendi a fazer sushi com uma norueguesa louca, que não sabia fritar um ovo. Ela tentou ligar o fogo, queimou o dedo. Tentou cortar o legume, quebrou a unha. Tentou abrir a lata de azeite, furou a mão. Ficamos os dois perdidos no fogão. Ela não sabia onde era a cozinha, e eu o que era pano de prato ou pano de chão.   SUSHI   ™ ©  copyright by betto barquinn 2011 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

AQUI

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Todo dia 29 aqui em casa é dia de nhoque. A gente pega dez batatas médias, uma gema de ovo, farinha de trigo para dar liga, sal a gosto, uma colher de sopa de sal grosso para cozimento, um saquinho de queijo parmesão, alfaces frescas para enfeitar. Separamos tudo e partimos para o molho: três colheres de sopa de molho shoyo, meia cebola picada, um dente de alho expremido,  um cubinho de caldo de legumes, dois tomates picados sem semente, três colheres de sopa de extrato de tomate, cheiro verde a gosto, pimenta do reino e uma colher de margarina. Depois cozinhamos as batatas e as exprememos como se fossem nossas alegrias e nossas dores. Acrescentamos o sal, a gema e o queijo ralado, misturamos bem, e cobrimos tudo com farinha de trigo. Quando a massa começa a desgrudar das mãos, colocamos a água para ferver com o sal grosso, e mergulhamos nossas bolinhas de massa. Quando começam a boiar, estão prontas. Arrumamos tudo numa travessa e cobrimos com o molho. Depois é só rezar e comer.      

EFÊMERA

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Ela vendia sonhos na feira. Chegava cedo, estendia uma toalha no chão, colocava seus potinhos dourados do lado, e fervia como água quente. Quem chegava perto, via uma mulher em chamas. Quem olhava de longe, via um vulcão cuspindo fogo. Seus sonhos vendiam feito alma. Às vezes era preciso voltar em casa três vezes para pegar mais. Não eram sonhos de comer, desses que a gente encontra nas padarias. Eram sonhos de sonhar. Em cada potinho daquele, cabia um desejo. Era só a pessoa abri-lo, olhar bem no fundo dele e desejar qualquer coisa. Ontem comprei um deles. O pote era minúsculo. Mal cabia um olho. Não pude ver o que tinha ali dentro. O que fiz foi desejar. Desejei amor. Desejei amizade. Desejei paz. Cinco minutos depois estava morto. Como não entendi porque tinha morrido, uma voz que veio lá do fundo do potinho, me disse: “Não se deseja essas coisas. Não é assim que se faz. Não peça amor, amizade ou paz. Faça acontecer. Felicidade é coisa que se conquista. Ninguém pede para ser feliz:

A ORDEM DAS ÁRVORES

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Esperanza acabara de ler “Os Dois Cavalheiros de Verona”, de William Shakespeare, e ficara pensando em como a amizade é capaz de fazer milagres nos corações mais aflitos. A amizade de Valentim e Proteu, protagonistas desta história, é o tipo de laço que é capaz de unir duas pessoas para sempre. Os dois, amigos inseparáveis, viram a amizade posta a prova, por causa do interesse de ambos pela mesma mulher. Proteu amava Júlia, uma donzela de nobre espírito, mas apaixonou-se por Sílvia, filha do Duque de Milão, a mesma dama de sentimentos honestos, que seu amigo, Valentim, estava enamorado. Embora fosse um jovem de bom coração, Proteu entregou-se ao sentimento mesquinho de querer o que é dos outros. Sentimento este, que só alcança os corações puros, que um dia foram tocados pelo orgulho e pela vaidade. A sinceridade de sentimentos é tão grande para quem não vê maldade em nada, que deixa-se aniquilar pelo primeiro embuste que aparece. Assim aconteceu com Proteu. Por causa de um sentimento i