FRIO
Sinto frio da sola dos pés à raíz dos dentes. Sinto os braços dormentes. Tenho ganas de amar. Quero correr para ti: mas não posso. Minhas asas de papel são incapazes de cortar o tampo desse céu. Ícaro, que me perdoe: Não quero cair com ele nas ondas do mar. Com Ícaro: não posso voar. Mas se tu quiseres: eu voo. Por ti: eu vou. Por ti sou capaz de ir ao Hades. Porque se lá estivesses: eu também estaria. Sentaria no colo de Tânato. Dividiria com ele o coração de ferro e as entranhas de bronze. E viveria no Mundo Inferior: como se morto fosse. Por ti: eufemismo. Por ti: hipérbole. Por ti: metáfora. Por ti: verborragia. Quem brinca com fogo só pode se queimar. Tu és a única chama capaz de me esquentar. Então, vem: me chama! Acenda-me com tua chama e leva minh’alma para passear. Assim te amarei acima das ondas do mar. Acima do Estreito de Gibraltar. Agora aqueça-me com tuas asas, livrando-me desse frio, que invade-me feito calafrio. Agora, sim. Sinto-me aquecido contigo dentro de mim.
Sei que carreguei na tinta. Perdoe-me. É que hoje acordei com uma saudade imensa.
FRIO™ © copyright by betto barquinn 2011
TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN
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Betto, esse seu "Frio" é genial. Você é um talento nato, cara. Você vai longe! Abs!
ResponderExcluirLindo, lindo, lindo, lindo! Seu texto é um charme, Betto. Vida Longa ao Rei! Beijos!
ResponderExcluirSó você terminaria um texto assim: "Eu acredito nas pessoas que sofrem". Lindo, Betto. Seu texto é impecável! Bjs!
ResponderExcluirImpossível não se apaixonar pelo seu texto, Betto. Adorei!
ResponderExcluirLendo "Frio", chego à conclusão que: Todo mundo devia ler Betto Barquinn. Você é o máximo, fera! Abs!
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