PARA LÁ
Hoje meu filho, que tem 10 anos, me perguntou:
— Pai, o que é ser adulto?
Aí eu respondi:
— Ser adulto é fazer escolhas; é compreender que os meios justificam os fins, e não o contrário; é decidir quais são as nossas prioridades; é procurar ser ético-moral o tempo todo; é saber dizer não para quem a gente ama, e sim para quem a gente detesta; é assumir o nosso papel no mundo, não esquecendo que caridade é amor elevado ao mais alto grau de pureza; é entender que nem todo sorriso é de alegria; nem toda lágrima é de dor; que vingança não leva ninguém a lugar nenhum; que pessoas destrutivas, hoje fazem com os outros, o que amanhã farão com você; que fé é coisa que não se explica, se sente; que caráter não tem cor; que todo ato violento é um pedido de socorro; que gente preconceituosa tem a alma doente; que orgulho é faca de dois gumes; que egoísmo é um veneno para o espírito; que materialismo é uma praga; que dinheiro só não traz felicidade para quem é infeliz. À propósito, quando estiver prestes a magoar alguém, lembre-se que o silêncio vale mais que mil palavras; não cometa injustiça; se errou, peça perdão; estando ou não com a razão, perdoe; não humilhe ninguém; o que você fizer a alguém, de bom ou de ruim, invariavelmente irá lhe alcançar nem que seja daqui a mil anos; o ser humano é um ser político, portanto, não abra mão do seu voto; todo mundo pediu para nascer, então cada um tem a família que merece; faça amizade com aqueles que não só lhe acompanharão nesta vida, mas em todas as outras; tenha sempre um livro ao alcance das mãos; ame os animais; preserve a natureza; respeite os direitos humanos; tenha hábitos saudáveis, porque embora a vida não seja uma só, nesta, você só tem esse corpo; diferenças agregam, jamais dissociam; todo mundo é igual perante a Lei de Deus e dos homens. Ah, e mais uma coisa: ser adulto é fazer pelo outro, aquilo que gostaríamos que fizessem por todos, e não somente por nós. Entendeu, meu filho?
Eis que ele respondeu:
— Entendi, pai. Entendi que o senhor é o melhor pai do mundo!
Com os olhos rasos d’água, nos abraçamos, e ficamos ali por mais alguns minutos, até as nossas almas consubstanciarem-se numa só. Naquele instante, comemoramos o amor que sentimos um pelo outro. Coisa que suplanta qualquer explicação. Pois quando abraço o meu filho, o espírito que ele é, abraça-me.
P.S.: Educar é isso. Formar cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres não é fácil. Mas vale a pena. Ver alguém que nasceu a partir de nós, dia a dia, aprendendo a caminhar com as próprias pernas, e além disso, tendo orgulho da família que tem, não tem preço. Tenho certeza que no dia que a matéria orgânica me faltar, o que restará de mim depois de morto, será o meu espírito moldado no caráter do meu filho. E isso, nenhum dinheiro do mundo é capaz de comprar. No dia que eu partir, deixarei para trás um Homem. E onde eu estiver, saberei que a minha missão foi cumprida. Isso vale para os filhos biológicos e adotivos: e também para os agregados. Sendo assim, que Deus nos proteja! A ti, querido (a) leitor (a), a meu filho e a mim, por toda a eternidade. Assim seja!
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