VEM CÁ
“Saturno devorando a un hijo”:
Ele era um sujeito comedido. Às vezes consumia uma porção de Lazar Segall com uma fatia de Francisco de Goya y Lucientes. Era dado a remanescências: consumia sonhos. Havia um homem ali dentro. Um homem que era mais feliz que o mais feliz dos homens. Quando tinha dinheiro, gastava com alfarrábios. Quando não tinha, escrevia em papel de pão. Era homem feito de barbante. Servia para amarrar o socrático ao pré-socrático sem dizer quem veio antes ou depois. Confundia os invejosos: era só bem-querer. Ninguém nunca soube de onde ele veio. Alguns dizem que nasceu lá pelos lados da Macedônia. Outros, que era fruto da macadâmia. O que sei é que ele tirava coelho da cartola, pois dizia que homem que é homem chora. Aí eu o abraçava e chorava com ele. Chorávamos juntos. Chorávamos: todos. Chorávamos: nós.
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