TE MEREÇO



Pelos bares da cidade:


Hoje tomei um copo de aguardente para ver se lhe esqueço. É um paliativo para espantar você da minha dor. Tenho um quadro preso na memória. Momento de submissão e de torpor. Passamos muito tempo juntos, eu sei. Mas não me lembro quando o nosso caso acabou. Onde foi parar o nosso amor? Em que curva nos distanciamos um do outro? Em que labirinto se perdeu o minotauro que havia em nós? Onde está a sua Polaroid? E o disco dos Beatles, ficou com você ou comigo? 


Ainda ontem éramos o casal mais invejado da cidade. Agora estamos com o nome sujo na praça. O que será que os amigos vão dizer? O que será de mim e de você? Quantas vezes iremos ouvir que um grande amor não se acaba assim? Quantas vezes iremos ter que explicar que o nosso amor morreu? E se eu pensar numa volta? E se você esqueceu o caminho de casa? E se eu tomar uma cartela de calmante? E se nada mais for como antes? O que se há de fazer?


Eu tenho o grito preso na garganta, e o peito cheio de esperança, porque sei que uma hora o telefone vai tocar, e do outro lado da linha, você dirá que me ama. Mas vê se não demora… Ontem passei o dia todo ao lado do telefone; não saí da cama; não escovei os dentes; nem o pijama eu troquei: e você não ligou.


Seu silêncio é o brado que não mereço escutar.


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