I’LL REMEMBER YOU

Tic tac, tic tac, tic tac:

Minha avó não tinha estudo, mas era de uma sabedoria impressionante. Era popular sem deixar de ser erudita. Sempre tinha uma palavra amiga, um sorriso no rosto: tempo para abraço e beijo. Contava-me histórias da sua cabeça com a criatividade de um livro. Aquilo era melhor que Conto de Fadas! Ao lado dela nunca senti falta de nada. Havia tanto amor para dar, que solidão e medo não faziam parte do meu cotidiano. Nem medo de escuro, eu tinha. Bicho-papão, que nada! Ao lado dela a vida era doce como rabanada! Quando ia para casa dela nas férias, ela dormia comigo. Sempre me contava uma daquelas histórias que só ela sabia contar. No meio da narrativa, lírica que só, ela dizia: “Drome, menino”. Aí eu “drumia”.    

  

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