THE PAYBACK
Primavera na selva de pedra:
Tem dia que a gente engole qualquer sapo, não
é mesmo? Mas há aquele que nem girino a gente quer engolir. Hoje estou
assim… estou em greve de fome para todo tipo de aborrecimento. Quer
brigar? Vai ver se estou online!
Verão na floresta de
prédios:
A arte é uma boia no meio de um mar de lama.
Outono no concreto armado:
Hoje acordei com Vladimir Maiakovski na
cabeça. Ele dizia: “Eu não forneço nenhuma regra para que uma pessoa se torne
poeta e escreva versos. E, em geral, tais regras não existem”.
Foi aí que Friedrich Nietzsche, que sempre
aparece nessas horas, me falou: “Nós, homens do conhecimento, não nos
conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos”.
Diante de tal argumento, calei-me, como
calo-me agora.
Inverno no espigão:
Toda vez que ouço James Brown cantar “The
Payback”, lembro-me imediatamente de Clarice Lispector. Não sei porquê. Mas é
como se ela me dissesse: “Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado:
pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as
incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido
carinho, pensei que amar é fácil.”
Aí eu deixo a música tocar, sorrio para
Clarice, e danço.
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