SOU UMA CRIANÇA, NÃO ENTENDO NADA




Hoje a lágrima chegou-me em um cartão-postal. Lá estava eu, dentro de mim, revisitando a memória. Foi uma solidão das boas aquela! A solidão de um instante. Meu momento de estar só comigo mesmo. O postal me olhava e eu olhava para ele. Era a Paris da minha juventude fitando-me nos olhos. Os jovens dias da aurora da minha vida: “que os anos não trazem mais!”. Era “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu, falando comigo através da sua poesia. Hoje sou um homem maduro, com um tesouro que não pode ser contado por números. O peso da idade se fez leve em mim. Atravessar décadas e décadas tem-me sido um refrigério para a alma. Sei que estou no caminho certo. Não faço mal a ninguém. Muito pelo contrário: tenho ajudado o outro, e a mim, a sermos juntos uma pessoa melhor. Então, quando a lágrima chega-me deste jeito, pelas mãos de um cartão-postal, vejo que vivi aquilo que tinha que viver. Sem tirar nem pôr. Sem mudar sequer uma vírgula. Eu sou um homem com muita história para contar.


   
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