I HEARD LOVE IS BLIND






Ela havia matado para salvar a vida de alguém. Carregar o peso da morte nas costas é um exercício difícil de suportar. Mas ela seguia adiante, convencida de que tinha feito a coisa certa. Foi  a legítima defesa de terceiro que a absolveu. E se no lugar dela, fosse eu, teria feito o mesmo. O que aconteceu de fato não sei. Ela não toca no assunto. Eu não comento o fato. Só sei que um dia um homem invadiu a sua casa e quis fazer com a filha dela, o que não se faz com ninguém. Sexo parte do consentimento. Estupro é um horror. Ainda mais quando uma das partes envolvidas é uma criança. Ela não pensou duas vezes. Passou a mão numa faca e partiu para cima do meliante. Ele não só queria assaltar, como pretendia humilhar e roubar a inocência de alguém. Não sei se por vaidade, não sei se por maldade, não sei se por desdém. Naquela noite ele não conseguiu o que queria. Naquela noite a vítima teve quem a defendesse. Sou contra a violência. Sou contra  pena de morte. Não acredito em olho por olho, nem em dente por dente, mas ele pediu e recebeu. Foram dez facadas nas costas. Foram cinco minutos de horror. Todavia agora passou. Vamos seguir vivendo, nos amando e nos querendo, até a morte chegar.     


    
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