A ESCOLINHA DO PROFESSOR CHICO ANYSIO
A educação é matéria imaterial. Tão fundamental ao ser humano, que é o nosso tesouro agregado a alma. Tudo que se aprende é gravado no espírito. Donde se conclui que a educação é o verdadeiro patrimônio do homem. Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho sabia disso. Sensível como era, gravou na própria biografia, a história do povo brasileiro. Com personagens comuns do cotidiano, personificou a alma humana. Gênio-visionário, fez do simples e do óbvio, a sua matéria-prima. Aí estava o arcabouço do seu trabalho: ator, escritor, dublador, pintor, compositor, cantor, humorista, radialista, comentarista, diretor, saiu de Maranguape, no Estado do Ceará, para conquistar o mundo. Chico Anysio não era só do Brasil. Era o homem das Humanidades. Criador de duzentos e nove personagens, compôs a partir do “Professor Raimundo”, uma gama de tipos. Quem não se lembra do Albarde, do Alberto Roberto, do Albino, do Al Cafone, do Alfacinha, do Alfano, do Alfinete, do Apolo, do Azambuja, do Badé Mangaio, do Baiano, do Bandeira, do Bento Carneiro, do Bexiga, do Bicão, do Bilac Biruta, do Bilingui, do Bim Bim, do Biu, do Bolada, do Bonfá, do Bonfim, do Bóris, do Bozó, do Brazuca, do Bronco Billy, do Bruce Kane, do Caetano Codô, do Caio Malufus, do Calheiros, do Canarinho, do Canavieira, do Capitão Trovão, do Caramuru, do Cascata, do Castelinho, do Celso Garcia, do Charles Westminter, do Chiquitim, do Cisso Romão, do Cleofas, do Coalhada, do Comandante Alencar, do Coronel Bezerra, do Coronel Candinho, do Coronel Lindu, do Coronel Limoeiro, do Coronel Lindomar, do Corrimão, do Delegado Matoso, do Divino, da Dona Dedé, da Dona Ilária, do Doutor Excelência, do Doutor Rosseti, do Doutor Salgado, do Ecolouco, do Esquerdinha, do Flávio Miralski, da Fora Romão, do Franciscano, do Francisco Sufrágio, do Frota, do Fukida, do Fumaça, do Galileu, do Gamação, do Gastão, do Genival, do Gualicho, do Haddock Lobo, do Haroldo, do Hilário, do Hilário, do Honório Kauser, do Jean Pierre, do João Ninguém, do Joca Ezequiel, do José Maria, do Jovem, do Justo Veríssimo, do Juventino Senta Aí, do Karlos Kafunga, do Kenny Rocha, do Lingote, do Linguinha, do Lobato, do Lobo Filho, do Lord Black, da Maria Baiana, do Mariano, do Marmo Carrara, do Mauro Maurício, do Meinha, do Milton Gama, do Mirandinha, do Mister Happy, do Napoleão, do Nazareno, da Neyde Taubaté, do Nicanor, do Nico Bondade, do Nozinho, do Olegário Rapp, do Olindo, do Osvaldão, do Padre Miguel, do Painho, do Pantaleão, do Paulo Brasilis, do Paulo Jeton, do Pedro Fortes, do Popó, do Primo Rico, do Professor Beira Baixa, do Professor Gavião, do Profeta, do Prometeu, do Quem-Quem, do Quirino, do Roberval Taylor, do Roda-presa, do Romero Gordi, do Roubonildo da Afanação, do Sacadura, da Salomé, do Santelmo, do Savi Sevic, do Setembrino Republicano, do Seu Genaro, do Seu Jayme, do Severino Pandolé, do Silva, do Simplício, do Sudênio, do Tadinho, do Tan-Tan, do Tavares, do Tetéu, do Tim Tones, do Túlio Boccanegra, do Tutóia, do Tutu, do Urubulino, do Valentino, do Véio Zuza, do Vieira Souto, do Virgílio, da Vovó Zefa, do Washington, do Zé Faxineiro, do Zé da Silva, do Zé Tamborim, e do Zelberto Zel? Personagens tão inesquecíveis quanto o próprio Chico.
Artistas como Chico Anysio são eternos. E toda vez que morre um imortal, ficamos com aquela sensação de orfandade na alma. Mas herdeiros que somos de sua Obra, temos o privilégio de carregar no espírito, o infinito de sua genialidade.
Chico Anysio nasceu em 12 de abril de 1931, e morreu aos oitenta anos, em 23 de março de 2012.
Só um artista, que do alto dos seus inúmeros personagens, foi capaz de dizer que àquele que mais amava dentre todos, era o “Professor Raimundo”, é capaz de entender que a alma humana é cheia de nuances. Seremos ricos quando percebermos que amar ao próximo como a nós mesmos é obrigação de todos. Porque quem ama ao outro ama a si mesmo. E quem ama a si mesmo: ama a Deus sobre todas as coisas.
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