SEGREDO
Eu acho que tem alguém apaixonado por mim dentro deste suco de fruta. É verdade absoluta. Eu juro: há amor aqui. Eu acho que tem alguém, sim. Alguém que gosta de mim. Acabo de receber uma declaração de amor. Ela veio-me por intermédio de um bilhete deixado à minha porta. Por debaixo da porta passou e em minha casa entrou. O bilhete fala de amor e de solidão. Fala da necessidade do perdão. Fala de noites vazias, e de certo é uma ironia, alguém como eu, receber um bilhete assim. Logo eu que não acredito no amor. Logo eu que durmo sem cobertor. Logo eu que não tenho a quem esquentar. Fiquei desconfiado, mas abri. Ao ler o bilhete confesso que sorri. Era o amor embrulhado para presente vindo me visitar. O bilhete caiu como uma luva. O bilhete deu voltas e fez a curva. O bilhete chegou um dia depois que o amor partiu.
Agora cá estou, conversando com meus botões, tentando imaginar quem é que escreveu essas coisas. Deve ser alguém com a alma do tamanho do mundo. Deve ser alguém que sabe que tenho amor a dar com pau. Deve usar um avental sujo de ovo. Deve gostar de poesia. Deve estar agora rezando por mim e por nós. Eu sabia que um dia o amor chegaria. Sei que a saudade é tão grande, que coisa alguma se parece com ela. Sei que o vento sempre sopra a meu favor. Sei que nadei contra a maré, mas estou de tal forma espraiado, que em terra firme posso pisar. A areia é fina. O mar, revolto. Mas a brisa toca-me o rosto como um leve tilintar. Vejo estrelas no céu. Vejo noite de luar. E agora que sou o amado de alguém, posso dormir tranquilo, pois sei que o amor está a me abençoar.
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