NEW YEAR’S DAY





Para muita gente o fim do ano traz uma tristeza profunda. É como se tivéssemos perdido o bonde na estação. Fica uma sensação de impotência, um medo arredio e sem explicação, uma vontade incontrolável de chorar: sem nenhum motivo aparente. É como se chegássemos ao ponto final das nossas vidas: na virada do ano. O contínuo recomeçar às vezes cansa. O indivíduo pensa no que viveu, e acima de tudo, no que não viveu. As perdas transformam-se num abatimento, numa melancolia, numa depressão leve ou avançada. Aí se busca o médico e se busca o remédio. Aí só o psiquiatra dá jeito naquilo que se tenta remediar. O esporte ajuda. Os trabalhos manuais também. Ocupar o corpo e a mente, na maioria das vezes, funciona. Para quem de tempos em tempos é revisitado pela tristeza: o melhor é não se isolar. Procurar estar na companhia de amigos e familiares é essencial. Buscar ajuda e dar a volta por cima é o melhor caminho. O começo de um novo ano exige organização. São contas à pagar: financeiras, emocionais e espirituais. Desejos e sonhos nem sempre se concretizam. O dinheiro é escasso. O tempo é curto. Vemo-nos obrigados a efetuar uma faxina moral e afetiva, para que acima de tudo, consigamos sobreviver a nós mesmos. Esperamos demais da vida e ela nem sempre está disposta a ser o nosso Gênio da Lâmpada. A vida não gosta de ser o nosso saco de pancada. Por isso, tudo que estiver ao nosso alcance, deve ser usado a nosso favor. Colocar no papel os planos para o ano que inicia-se: ajuda a achar o caminho das pedras. O importante é não se afobar. É não colocar o carro na frente dos bois. É não querer fazer tudo ao mesmo tempo. Porque o sujeito se perde. Acaba chegando à conclusão que não tem superpoderes, e que a vida nos surpreende de quando em quando, levando os nossos castelos de areia ao chão. Todo mundo deve se organizar para não ser levado pela correnteza. Ninguém quer descer a ribanceira e virar um sem-teto. Mas às vezes somos arrastados pelas tsunamis da vida e levados para o buraco negro da alma. Nada na vida é inalcançável. Nem o bom nem o ruim. Todavia podemos nos precaver das intempéries da vida: antecipando-nos à elas. A maioria das catástrofes acontecesse dentro de nós. Nós é que nos sabotamos. Nós é que nos derrotamos. Nós é que vamos do pódio à lona em segundos. Nós é que achamos que não vamos conseguir e desistimos antes de tentar. Isso que traz essa tristeza profundo. Isso que nos dá a exata medida de nós mesmos. Quando nos colocamos para baixo: despencamos do teto. Quando fortalecemos o que há de melhor em nós: descobrimos o paraíso das possibilidades humanas. Eu já toquei o céu muitas vezes. Morei lá muitos anos. Foi no céu que vivi meus momentos de glória. Momentos que ficaram na memória. E que às vezes me incomodam, porque penso eu, não vão mais voltar. Contudo vou lutar contra a tristeza. Melancolia e depressão não me atraem. Vou dar a volta no parque e relaxar. Vou pensar mais no outro do que em mim. Certamente tem muita gente no mundo que sofre mais do que eu. Certamente posso ajudá-los a superarem a si mesmos. Quanto a mim: entrego a minha vida nas mãos de Deus. O que é meu não tardará a chegar.



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