FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO
Em uma sociedade carente de fraternidade e afeto, onde se troca sentimento por objeto, é preciso observar a complexidade humana. Somos seres imortais que habitam um corpo de carne e osso. Vivemos no limite da vida e da morte, desde o dia que nascemos, até o fatídico dia em que nos despediremos da Terra. Antes de tudo é necessário entender que nascemos para aprender. Aprender a ser gente, aprender a ser humano, aprender a ser divino, e até aprender a ser mortal. A imutabilidade das Leis de Deus nos diz que caminhamos para a perfeição parcial de nossos espíritos. Enquanto hoje somos homens, animados por nosso desejo, um dia seremos anjos, animados por nosso coração. É inconcebível imaginar que o consumo exagerado, a fobia de todos os gêneros, a vontade de viver uma existência em segundos, seja maior que a nossa essência. Somos melhores que isso. Somos muito mais importantes que um relógio, um carro de luxo, um celular. Enquanto se trocar a vida pela morte, enquanto se tratar o semelhante como se ele fosse descartável, enquanto nos comportarmos como senhores do mundo, de um mundo que mal conhecemos, pagaremos o preço da nossa transgressão. Por isso que os relacionamentos não dão certo. Por isso que o casamento é uma instituição falida. Por isso que o individualismo é uma derrota. Por isso que o preconceito é o sinal do nosso tempo. Por isso que o racismo não acaba. Por isso que a solidão é uma praga em nossas vidas. Por isso que a amizade é uma virtude em extinção. Porque fica cada um olhando o próprio umbigo e esquece de olhar o umbigo do outro. O desrespeito à natureza, e por si só, às Leis de Deus: é um erro. Fomos feitos à imagem e semelhança do Criador, não para destruirmos o que Ele fez, como se fôssemos bezerros de ouro, dotados de toda honra e toda glória, para matarmos o que Deus criou. Se esse fosse o objetivo, bastava nascermos bomba atômica ou arma de fogo. É triste ver como as pessoas se comportam diante da vida. É triste porque viver não é tão simples assim. Viver não é matar ou morrer. Viver ultrapassa todo entendimento porque é verossímil. Viver suplanta o sentido das coisas. Viver errado é como pedir para um cachorro latir e ele miar. É como pedir um pouco de oxigênio e receber gás carbônico. É como dizer “eu te amo” e ganhar um tiro no peito. A vida ensina-nos que a simplicidade é o trunfo magistral para quem deseja viver com supremacia. Viver é uma arte. A maior de todas as artes, devo ressaltar. Viver é o vento nos cabelos nos dias quentes. Viver é chuva de verão no final da tarde. Viver é o sol poente. Viver é encarnação. Talvez por isso poucos entendam o que é a vida. Porque é preciso ajoelhar frente à flor para vê-la em detalhe. É preciso ajoelhar-se diante da vida para vê-la de perto. Sim, viver ultrapassa todo entendimento. Viver é mágico sem ser milagroso. Porque o milagre está na alma e no coração de quem ama. E magia é o que nos acontece todo dia: da hora que acordamos ao retorno ao leito. Viver é pura filosofia. É algo que se sente na pele. É a flor da pele falando. É o homem. É o universo. É o ser humano.
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