I’M COMING OUT
Ele era meio “pastelzinho”, mas era muito legal. Ela chamava de “pastel” todo menino tímido. Pastel para ela era sinônimo de ‘nerd’. Ele era legal mesmo. Abria a porta do carro, comprava champagne para comemorar qualquer coisa, mandava rosas vermelhas nos dias frios e flores coloridas nos dias quentes.
Ela apaixonou-se por ele assim que o viu. Sabia que atrás daqueles óculos remendados com esparadrapo, havia um grande homem. Um homem que seria o seu cobertor pelo resto da vida. Um homem que estaria ao seu lado quando desse à luz. Um homem que seguraria a sua mão nas horas de choro e ranger de dentes.
Ficaram juntos tanto tempo, e envelheceram tão rápido, que quando perceberam: passavam dos duzentos anos. Ela tornou-se uma velhinha cheia de predicados: costurava, bordava, fazia bolos deliciosos, tocava piano, contava histórias, andava de skate, pichava o muro do vizinho. Ele, pastel que só, virou um famoso escritor. Agora viviam na lua: numa casinha pintada à mão. Tinham uma horta. Tinham um estábulo. Tinham um curral. Tinham um cachorro e uma cobra. Tinham uma girafa vermelha e um rinoceronte azul. Tinham até um elefante amarelo e uma zebra cor sim, cor não. Tinham isso tudo e muito mais. Tinham paz.
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