PERTO DEMAIS DE DEUS
Eu me sinto no direito de ter um Deus só meu. Um Deus que não teve o seu filho crucificado. Um Deus que deu à Luz a Jesus: um santo transformado em homem, um homem transformado em Luz. Sim, eu me sinto no direito de ser feliz. E a felicidade, esta sensação de estar de bem consigo mesmo, vive dentro de nós. Por isso diz-se que dinheiro não traz felicidade. Pois felicidade é inerente ao Ser. Quando vejo o outro feliz, sinto-me feliz. Quando deixo o outro contente, sinto-me contente. Eu nasci com uma única obrigação. Sim, eu tenho um único dever: fazer o outro feliz. Fazer o outro feliz e nunca fazer o outro sofrer. A felicidade é uma coisa espontânea. Felicidade é aquilo que vem de dentro, que faz do sentimento, a nossa vontade de Ser.
Eu me sinto no direito de cantar. Porque quando canto: louvo a Deus. E como um louva-a-deus saio voando. Pois tenho a liberdade dentro de mim. Assim não há presidio que me prenda fora, porque não estou preso dentro. Assim não há dor que não vá embora, porque a alegria que me é constante, não dura só um instante. Por isso descubro em mim a face deste Deus que não me causa culpa. Este Deus que olha para mim como se eu fosse a coisa mais linda do mundo. Deus me vê como um ser perfeito. Aquele que foi feito à sua imagem e semelhança. Sim, eu sou capaz de mudar o mundo. Sim, eu sou capaz de fazer alguém feliz. Sim, eu sou um mensageiro de Deus. O mais humilde deles, o menos sábio, o mais necessitado de amor. Entretanto, se trago em mim a sabedoria do Pai: “Tudo posso naquele que me fortalece”.
Eu me sinto no direito de viver e morrer nos braços de Deus. Porque sem Ele: nada sou. Porque sem mim: Deus é.
Eu sou um cavalinho-de-deus.
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