SUMMERTIME
Ele dizia que falar de amor nos dias de hoje é o mesmo que pregar no deserto. Dizia que o mundo anda tão violento, e que as pessoas, cada vez mais apegadas ao materialismo, esqueceram-se de olhar para dentro, e ver que a vida na Terra é tão passageira, que perder tempo com a brevidade de uma existência; apegando-se à matéria, é constrangedor. Para ele, falar de amor nos dias de hoje, é o mesmo que jogar pérolas aos porcos. Pensava assim, até o dia em que quase sem querer, chegou-lhe às mãos uma folha trazida pelo vento. Nela estava escrito: “A beneficência, meus amigos, vos dará neste mundo os gozos mais puros e mais doces, as alegrias do coração, que não são perturbadas nem pelos remorsos, nem pela indiferença. Oh!, pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de agradável a generosidade das belas almas, esse sentimento que faz que se olhe aos outros com o mesmo olhar voltado para si mesmo, e que se desvista com alegria para vestir a um irmão! Pudésseis, meus amigos, ter ape