MARINHEIRO SÓ


A caminho de Cafarnaum:

— Sim, o amor pegou-me pelo braço. Deu mil voltas em meu entorno. Depois ficou parado como um candelabro. A vela acesa: o círio. Posteriormente veio o vento: a bandeira, o mastro. O velame do navio dava-me arrepio. Rodopiando para lá, para cá. Em seguida veio o silêncio, o nada. Foi o som mais inaudível que senti. Eram os ouvidos moucos, o sossego solto, a solidão voraz. Era a Via Maris. Era Betsaida. Era o mar da Galileia. Era a terra de meus pais. Quando cheguei ao meu destino, não era mais um menino: envelheci. Ao invés de chorar, sorri. Ao contrário do que pensei, rejuvenesci. Antigo por fora, novo por dentro. Em porto seguro, aportei. Experimentei coisas demais, eu sei. Mas para quê tanta experiência se todos foram embora? Os de antes, os de agora. Outra hora conto o que vivi outrora. Pois hoje o amor pegou-me pelo braço e deu mil voltas em meu entorno. Solidão nunca mais.   



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