VIDA FÁCIL






A fama esvaziou-me a bóia. A fama roubou-me o saco de dormir. Eu que era só feiura, acordei no tempo da delicadeza. O mais belo dos homens, sou eu. Aquele que todo mundo quer tocar, eu sou. Às vezes acordo no meio da noite e me belisco. Será que sou eu ou o outro venceu? Ontem eu era o que pedia esmola. Hoje não caibo dentro de um Banco. É assim que se fica bonito da noite para o dia. Mas prefiro o tempo que me diziam a verdade. Aí eu chorava. Aí eu sorria. Aí eu fazia sol. Aí eu chovia. Aí eu anoitecia: depois amanhecia. Hoje eu sou o rei, que dormiu no mato, e acordou na senzala com o nada no meio do não. Hoje sou um trapo. Um pano de chão.  




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