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Mostrando postagens de agosto, 2012

UM DIA DESSES

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“Espíritos grandiosos sempre encontraram oposição violenta de mentes medíocres”.   (Albert Einstein) Um dia desses disseram-me que escrevo simples demais, como se o ato da criação em mim, fosse algo pejorativo. O tom era grave. Era tom de crítica. Havia malícia ali. O que foi dito, fora dito, com o intuito de magoar-me. Confesso que na hora fiquei atônito e pasmado. Uma certa tristeza habitou o meu ser. Se escrever, é a única coisa que sei fazer, o que hei de fazer? E quando digo: “é a única coisa que sei fazer”, não afirmo que faço-o bem, como Dostoiévski ou Clarice Lispector. Não, não. De forma alguma. Sei o tamanho exato da minha pequenez. Mas quando falo “sei fazer”, quero dizer com isso, que escrever para mim é algo que me completa. É a minha missão na vida. Por mais clichê que possa parecer: escrever é meu clichê. E nem tenho “facilidade” para escrever. Confesso que peno para criar uma frase. Às vezes passo noites sem dormir com uma ideia na cabeça. Eu não escrev

PRA SER FELIZ

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Lesão Moral Grave: Bullying, ou melhor, — Intimidação Vexatória, — é um dos desdobramentos da injúria por preconceito. Por que alguém tem que sofrer uma agressão físico-psicológica, pelo fato do outro achá-lo diferente? Mas diferente de quê? Diferente de quem? O fato de alguém andar em uma cadeira de rodas, e o outro, com as próprias pernas, enaltece o segundo em detrimento do primeiro? Ser negro diminui alguém? Ser gay faz do outro um lixo? O pobre e o rico não são farinha do mesmo saco? Todo mundo não é igual diante de Deus? Será que existe uma cartilha diabólica que dita como as pessoas devem ser? O que leva o ser humano a intimidar a quem quer que seja, verbal e fisicamente, de forma intencional e repetitiva, com o intuito de humilhar, em uma relação desigual de força e poder? E o respeito à dignidade da pessoa humana, onde fica? O que é “Crime e Castigo”(?), — diga-me Dostoiévisk. Criminalizar ou descriminalizar? Que pena merece o homem que menospreza o homem? Pena de morte? Perpé

COSAS QUE CONTAR

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Eu escrevo todos os dias. Mesmo que não publique. Mesmo que ninguém leia. Mesmo que deitem fora. Mesmo que vá parar no fundo de uma gaveta. Mesmo que esteja contente. Mesmo que esteja ao rés-do-chão. Eu escrevo à lápis e à caneta. Escrevo à máquina também. Sou do tempo em que se fazia curso de datilografia. Minha “Olivetti Studio 46” está aí, e não me deixa mentir. É a prova de que sou um homem do século passado. Por isso escrevo em lousa à giz e em bloco de papel. Só não escrevo à pena, porque não vale a pena. Minh'alma não é pequena.  Sim, eu escrevo todos os dias. Uso computador: laptop, celular e tablet. Escrevo sobre o homem. Escrevo sobre a mulher. E sobre o que vier.    CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com COSAS QUE CONTAR™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

MENINOS E MENINAS

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A Multiplicidade do Ser ou a Biologia da Alma: Coisa que ouvi um dia desses, ou se não ouvi, alguém deve ter pensado… — Enquanto espírito, sou assexuado, porque espírito não tem sexo. Espírito não gosta de homem nem de mulher. Espírito gosta de todos. Todos ao mesmo tempo. E como é amor fraternal, nada tem a ver com sexo. Quanto ao meu gosto pessoal, — meu Id, meu Ego, meu Superego, minha libido sciendi, o quinto elemento; aquilo que me faz gozar, — louva tudo que há no mundo. Particularmente, gosto de mulher. Mas me apaixono por pessoas. Pouco importa se têm pênis ou vagina.    O desejo da carne, aqui, não está em questão. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com MENINOS E MENINAS™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

EL RELOJ

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Amanda é uma cadela chilena. Mas não fala espanhol. Amanda sentia-se envergonhada por ter nascido no Chile e não falar castelhano. Contudo, descobriu que cachorros não falam: nem português, nem inglês; que dirá espanhol. Resignada, Amanda olhou-se no espelho e verbalizou: “Aceita, Amanda. Cachorros não falam …  Não, língua de gente. Não, idioma de bicho homem”.      Amanda tinha cinco filhos. Perdeu um num incêndio. Amparo era o nome dele. Ou melhor: dela. Era uma menina. Uma cadela. Justo ela que tinha o nome de Amparo, caiu no desemparo. Não que Amanda não a tenha acolhido em seu aconchego. Mas o fogo era imenso. Amparo foi quem mais se queimou. Os outros filhotes se salvaram. Amanda, que tivera a casa onde morava destruída pelo fogo, pegou os filhotes pela boca, um a um, e os abrigou no carro dos bombeiros. Amanda deve ter andado mil léguas atrás de socorro. Amanda não descansou até ver filho por filho fora de perigo. Amanda lambeu sua cria. A todos e a cada um. Mas Amparo morreu, c

PISCAR O OLHO

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Châteaux de sable: Ele casou com ela. Mas era uma união de fachado. Estavam juntos, sim. Mas era um casamento de Direito. Não de fato. Entretanto tudo acabou muito rápido. O castelo de areia, que era aquele amor, desmoronou num piscar de olhos. Ela escreveu e não leu. E ele deu na cuia dos quiabos. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com PISCAR O OLHO™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

PENSANDO EM VOCÊ

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Plus l'âme avec le cœur: Talvez eu tenha amado mais com a alma do que com o coração. Talvez tenha querido eternidade, enquanto desejaste o tempo. O tempo morre e leva com ele o coração. A alma, não. A alma é infinita, bonita. O que te ofereço é eternidade. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com PENSANDO EM VOCÊ™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

BABY CAN I HOLD YOU

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O monólogo da dor: —   Eu fico tão tristinho de a mamãe estar dodói. —   É filho …  viver dói. Mas passa. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com BABY CAN I HOLD YOU™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

ESTRANHO NATURAL

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O meu amor é facilmente deglutível. Parto da premissa de que amar da fome. Aí o outro pára e come. Não tem nada de sofisticado nisso. É necessidade do corpo. Necessidade lógica e fisiológica. Como, logo existo. Viver é nascer com o pé na cova. É transcender a morte. É o amor absoluto. É o espírito santo. É alma que não se acaba. O alimento de minh’alma chama-se Deus. É Ele que me sustenta e me fomenta. Eu me abasteço de Deus quando respiro. Às vezes Deus é um cochilo. Às vezes Deus é um celeiro. Às vezes: um pedaço de pão. Começamos falando de amor, não é mesmo? Falávamos do quanto o amor é deglutível. Pois bem, alma de minh’alma: o amor é o amor. Calma. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com ESTRANHO NATURAL™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

O PREFEITO

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Em ano de eleição … Os Subterrâneos da Humanidade ou História para Boi Dormir: Política se faz com ética. Chega de imorais levando a melhor nesse país. Está mais do que na hora de nós, povo brasileiro, fazermos da urna um lugar de atitude responsável. Democracia é fazer do agora o nosso ponto de ação. Repudiar a banda podre da sociedade é uma obrigação cívica. E nada tem a ver com censura. Liberdade de expressão não é se promover à custa do povo. Chega da Ditadura da Banalidade! República das Bananas?! Pode até ser …    Mas bananas pensantes! CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com O PREFEITO™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

SÓ ME VEJO CONTIGO

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Le dernier baiser: Amar seria dar adeus em um beijo? Eu acho que não. Amar é viver cada momento como se fosse o último. O último. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com SÓ ME VEJO CONTIGO™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

FLOR-DE-LIS

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Une journée dans la vie d'une fleur: Ouvi dizer que a flor-de-lis nasce, vive por um dia, e morre. Depois descobri que é o que acontece com o Hemerocallis. Cada flor dura apenas um dia. A flor-de-lis não morre logo, não. Dura o tempo de uma vida. Mas se ela vivesse um dia, como vive o Hemerocallis, ela diria como foi seu dia? Diria, lírio-de-um-dia? Diria ou não diria? Será que de algo se arrependeria? Ou será que viveria como se nada houvesse? E o que é o nada perto de um dia? Se eu vivesse apenas esse dia, faria a Deus uma prece. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com FLOR-DE-LIS™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

NOTHING COMPARES 2 U

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Rien ne se compare à vous… Era uma mulher cheia de espaços vazios. Uns diziam que era feita de nada. Outros que não era coisa alguma. Era verdade. O nada era tudo que ela possuía. “O nada vê as coisas como são” — dizia. “O nada não interfere na vida da gente. O nada deixa tudo em seu lugar”. Quando agradeciam-na por algum favor, ela respondia: “De nada” ou “por nada”. Às vezes dizia: “Não tem de quê”. “De nada” era quando estava serena. “Por nada” era quando se aborrecia.  “ Não tem de quê ”   era um xingamento. Quase um palavrão. Ela era cheia de nada até o vão da escada.      CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com NOTHING COMPARES 2 U™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

O QUE É QUE A BAIANA TEM?

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Antropofagia Cultural: A sua carne é a coisa mais gostosa que já comi nos últimos trinta e seis anos. CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com O QUE QUE A BAIANA TEM?™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

ALVORADA

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L'auteur: A quem diga que escrever é brincar de ser Deus, no tocante ao ato da criação. Eu, enquanto escritor, acho que não. O personagem, ou a persona, já existe. Eu apenas coloco no papel o que Deus fez.     CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com ALVORADA ™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

LINHA DE PASSE

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A galinha e o porco: Era o fogão e a panela. A panela era frigideira. Dentro da frigideira: bacon com ovo. O bacon do porco. O ovo da galinha. O porco estava comprometido com a panela. Deu a vida por uma quimera e virou bacon. A galinha estava envolvida com o prato. Que prato?! Bacon com ovo. A galinha pôs o ovo e foi embora. Ela não quis fazer parte do menu. Não quis ir para a panela. Dela, só o ovo. O ovo e mais nada. O porco morreu por um ideal. O ideal de ser bacon. O fogão. O ovo. A panela. A frigideira: a galinha e o porco.  CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com LINHA DE PASSE ™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

QUER TOMAR BOMBA?

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C'est quoi cette merde? Ele estava virado no samurai. Tomou tanto esteroide anabolizante que era pura bomba. Se alguém lhe desse bom dia, virava logo a mão na cara. Rodou a lâmpada, coitado. Está doidinho da Silva.  CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com QUER TOMAR BOMBA? ™ © copyright by betto barquinn 2012 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY BETTO BARQUINN

YOUR LOVE

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A gorda magra: Ela parecia um porco em pé. Era carnuda, massuda, espadaúda. Tinha o peso de uma balança. Duzentos e quarenta quilos por um metro e meio de gente. Muita coisa. Por isso era difícil ser ela. Contudo amava-se. Foi a única que conheci até hoje que não se odiava nem um pouquinho. Todo mundo que conheço se odeia. Ela, não. Ser gorda não incomoda mais que o preconceito. Preconceito machuca. Preconceito mata. Um dia, depois de muito esforço, conseguiu emagrecer. Foi um dia de glória. Dia para não esquecer mais nunca. Quando subiu na balança, e viu o ponteiro marcar setenta quilos, chorou de alegria. Chorou tanto que urinou-se toda. Era uma cachoeira descendo pelas pernas. Agora sim seria feliz. Estava de alma lavada. “É uma questão de mobilidade” — dizia . “É uma questão de saúde”. Hoje podia o que antes não podia. Respirava melhor. Caminhava melhor. Vivia. Era chegado o momento de parametrizar. Senhora de si, seguiu confiante em sua jornada. Cedo ou tarde, engordaria. Mas agor