UM DIA DESSES
“Espíritos grandiosos sempre encontraram oposição violenta de mentes medíocres”. (Albert Einstein) Um dia desses disseram-me que escrevo simples demais, como se o ato da criação em mim, fosse algo pejorativo. O tom era grave. Era tom de crítica. Havia malícia ali. O que foi dito, fora dito, com o intuito de magoar-me. Confesso que na hora fiquei atônito e pasmado. Uma certa tristeza habitou o meu ser. Se escrever, é a única coisa que sei fazer, o que hei de fazer? E quando digo: “é a única coisa que sei fazer”, não afirmo que faço-o bem, como Dostoiévski ou Clarice Lispector. Não, não. De forma alguma. Sei o tamanho exato da minha pequenez. Mas quando falo “sei fazer”, quero dizer com isso, que escrever para mim é algo que me completa. É a minha missão na vida. Por mais clichê que possa parecer: escrever é meu clichê. E nem tenho “facilidade” para escrever. Confesso que peno para criar uma frase. Às vezes passo noites sem dormir com uma ideia na cabeça. Eu não escrev