SODOMA E GOMORRA
Ela odiava ir ao cinema sozinha, pois achava que seria assediada. Mas também dizia que ir acompanhada era ruim, porque parece que o filme não acaba. Quando conhecia um homem, e o passeio era ir ao cinema, ela torcia o nariz em desagrado. Contudo ia, para não fazer desfeita. O programa da vez era “Sodoma e Gomorra”. Ela achou um absurdo ser convidada para assistir alguma coisa que falava de hedonismo e libidinagem. Era uma mulher de respeito. Não era dada a orgia. Nos primeiros cinco minutos do filme já estava entediada. Achara o filme horrível, a companhia péssima, a pipoca intragável, o refrigerante aguado; tudo ruim. O rapaz que estava com ela tentou beijá-la três vezes e foram três tentativas em vão. Ela achava-o esquisito: com cara de que tinha mal hálito. Ela estava em outra vibe, e aturar aquele mala, seria pura perda de tempo. Imaginara que quando o filme acabasse, iria ouvir aquele blá, blá, blá de homem que sai com mulher, pensando em levá-la para a cama. Pior seria se ao invés de convidá-la para transar, ele começasse com aquele papo cabeça de ‘sou cinéfilo’. “Discutir a relação já é um saco, imagina discutir cena de filme: um horror!”. Por isso quando a película chegou ao fim, ela nem esperou para saber que Robert Aldrich era o diretor do filme. Pegou a bolsa, deu uma desculpa esfarrapada, acendeu um baseado e foi embora.
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