DIA A DIA LADO A LADO





Ela gostava de jogar peteca ao luar, como quem não quer ser visto fazendo o que gosto. Ela dizia que a vida é uma bosta. Era mentira. Falava isso para espantar os chatos para longe dali. Dizia que tinha gente demais nesse mundo. “Tanta gente assim faz mal a saúde” – reclamava. Era o tipo de pessoa que se ama ou se odeia de cara. Com ela não havia meio termo. Tudo nela era superlativo. Quando tomava banho quente era de se escaldar a alma. Quando a ducha era fria: o gelo não podia ser mais congelante. Gostava de andar descalça sobre chão em brasa. Às vezes dormia em cama de prego. Às vezes insistia em falar alemão. Acontece que ninguém entendia uma só palavra. Mas ela nunca falava em bom e velho português. Ela era assim, fazer o quê.

No dia que em ela partiu, choveu bastante naquela noite. Era Deus lavando-lhe a alma.

Na noite em que ela partiu, choveu bastante naquele dia. Era Deus levando-lhe a alma.



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