REFAVELA





Ontem tive que calar-me diante da dor: como um arrepio, um suspiro, um pote de mel. Subia as escadas do meu desalento, com o lamento parado no canto da boca. Era o silêncio, o mau entendido, a perda da libido. O dia foi cansativo. Teve um pouco de chuva. Houve um instante de alegria também. Acho que estou envelhecendo, e quando o espelho me olha, olho-o de volta sem saber o que dizer. Por isso quando me deparo comigo, quando me pego a procurar entender-me, desfaço e refaço, deixo e me deixo; faço do desleixo meu momento de introspecção. Amadurecer tem sido para mim muito doloroso. Tenho aprendido a permanecer quieto no meu canto, sabendo que o primeiro a gritar é o primeiro a perder a razão. Por isso me calo, falo, refalo, desejo e me despejo defronte ao mar.



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