STORY OF A MAN
Duas gotas de orvalho e a conta…
Era um doce de menino. Tinha açúcar na palavra. E isso fazia dele um ser mais único que os outros. Era uma pluralidade individual. Eu gostava dele porque ele tinha a alma nos olhos. Mergulhar no azul daquele olhar era o mesmo que tocar aquele espírito. Eu ficava ali: observando-o. Ele me contava histórias. Certo dia me contou como Deus criou o mundo. Noutra ocasião me ensinou a tocar cajón. Era ele e eu: era eu e ele. Semana passada ele foi embora. Saiu para comprar sei lá o quê e não voltou para casa. Disseram que havia um assaltante na porta de uma loja de conveniência. Era uma rotisserie. Dentro dela havia um caixa eletrônico. Acontece que o tal bandido tentou roubá-lo numa “saidinha de banco”. Ele reagiu, foi baleado, e depois de três dias em coma, acabou morrendo.
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Alberto Pereira dos Santos 2012
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