A RAÇA HUMANA





Acabo de perceber que posso ver o infinito em mim e a eternidade no universo. Ao aprender a ter compaixão pelo outro, aprendi a ter compaixão por mim mesmo. E a partir daí, vejo o mundo com olhos de Deus. Homem, planta, pedra, bicho: tudo é semelhante a mim. Eu me pareço com todos. Todos somos idênticos a Deus. O ser humano, que foi criado pela bondade do Altíssimo, tem vocação para a felicidade. É verdade que ao longo da história da humanidade nos atrapalhamos um pouco, fomos cruéis e preconceituosos, nos prendemos no passado, nos projetamos no futuro, esquecemos de viver o presente, e na maioria das vezes, enfiamos os pés pelas mãos. Mas acontece que quando acertamos, quando nos demos uma segunda chance, quando exercitamos a nossa capacidade de amar, ficamos mais leves que uma folha de papel.

A humanidade é cheia de defeitos, mas quem não os tem? Ao invés de ficarmos nos culpando, tentando resolver os novos problemas com antigas soluções, deveríamos parar para pensar, e tentar nos conhecer um pouco mais. Tudo que é sinônimo de egoísmo, de orgulho, de desrespeito, de ingratidão, de hedonismo, de humilhação; deveria ser banido imediatamente das nossas vidas. Temos tantas virtudes, somos capazes de tanta coisa boa, trazemos dentro de nós um manancial de bençãos tão grande, que é incoerente insistirmos no erro. Eu, que me sentia tão solitário, descobri o meu caminho através da caridade. A caridade para mim é o meu momento de comunhão com Deus. Através dela aprendi  a perdoar: o que para mim foi o mesmo que me libertar das minhas próprias amarras. Eu, que nunca fui santo, pude ver que também não era só um pecador: somos muitos, e ao mesmo tempo, somos todos. E entre esses muitos “eus” que nos habitam, também há aqueles que têm esperança em si mesmos, e vivem em nome de algo maior que os espiritualiza. 

Caridade é amor. Caridade é ferramenta social. Foi ela que salvou a minha vida. E é a ela que agradeço o meu encontro com Deus. Cada um tem a sua fórmula secreta de felicidade. Como já disse, a minha é a caridade. Espero que cada um de nós descubra onde está o seu bem querer. E que ao invés de sermos solidão e aridez, possamos nos ver com mais poesia, enxergando-nos como oásis no deserto. Quando usamos bem o nosso livre arbítrio, geramos tanto bem-querer, que é como se Deus viesse nos mostrar de que barro fomos feitos. Nós temos que ser a paz que procuramos neste mundo. Pensando assim, compreendi que o amor só me pertence, quando vejo-o refletido na alma dos meus semelhantes. Porque um indivíduo sem amor é órfão de si mesmo. O espírito encarnado é um corpo estranho ao corpo físico. Do mesmo modo que a matéria carnal é um corpo estranho à matéria espiritual. A alma, que é o espírito encarnado, comporta-se como um preso condenado ao cárcere. Por isso que a infelicidade faz com que a alma sinta as dores da ausência da liberdade. No corpo físico, ela anseia por si mesma o tempo todo, como se perdesse momentaneamente a sua identidade. Portanto um espírito infeliz é como um peixe fora d’água. Porque se Deus é felicidade, uma alma triste é a negação do Criador.

No mar das ilusões humanas, no rio que corre dentro de nós, há a necessidade da corrigenda, do aperfeiçoamento, do equilíbrio, do amor, da caridade, do perdão. Quando sofremos, somos estrangeiros de nós mesmos. Portanto o mal não alcança àqueles que confiam em Deus. E já que somos a herança do Criador, e de alguma forma semeamos as Suas lições pelo universo, poderíamos parar de reclamar o tempo todo, e começar a viver com sabedoria. Daqui a um segundo, só o Pai Todo poderoso sabe o que irá nos acontecer. Afinal de contas, o futuro a Deus pertence. O passado só pode ser corrigido através da solidariedade. Mas o presente, o aqui e agora, aquilo que somos, o conjunto de nós mesmos, tão pouco pode ser disperdiçado, porque já que somos a consequência dos nossos atos, e acima de tudo, filhos da Causa Suprema do Universo, precisamos entender que o amor é a chave que abre todas as portas.

Tenho chorado muito ultimamente. Mas não é de alegria nem de tristeza. Tenho chorado de emoção. A vida me surpreende a cada momento, e eu que às vezes sou um pouco lento, precisei de muitas vidas para me encontrar.



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