CHICO BRITO

"A água mole cava a pedra dura".
Ovídio (43 a .C.-18 d.C).


A Antropologia e o homem não-parcelado:

Dizem que lá pelas bandas da Ásia Meridional, às margens de um rio, há um velho deitado. Ele é um mestre da observação, um educador empírico, e ao mesmo tempo, um cientista social. Certa vez, este homem que embora não viva no mundo da lua, tem a cabeça voltada para o mundo das ideias, chegou perto de um de seus aprendizes, e perguntou: 

— O homem faz a sociedade ou a sociedade faz o homem?

O aprendiz respondeu:

— Não sei.

Sendo assim, o mestre continuou:

— Norbert Elias, sociólogo alemão, no livro “A Sociedade dos Indivíduos”, escreveu: “Sem dúvida, temos consciência, ao mesmo tempo, de que esse abismo entre os indivíduos e a sociedade não existe na realidade. Toda sociedade humana só se humaniza ao aprender a agir, falar e sentir o convívio com o outro.” Entendeu? A isso se dá o nome de ‘dialética’. Ou seja, a influência recíproca entre indivíduo e sociedade. Isto quer dizer que “não se pode compreender a estrutura de uma casa inteira pela contemplação isolada de cada uma das pedras que a compõem. Tampouco se pode compreendê-la pensando na casa como uma unidade somatória, uma acumulação de pedras.” Na vida não existem figurantes. Todo ator social é protagonista da própria história, e coadjuvante, da biografia do Outroa própria sociedade diferente do indivíduo. Fiz-me claro?

 — Creio que sim.

— Então agora responda: O que é mais importante, o indivíduo ou a sociedade?

— Não existe indivíduo sem sociedade nem sociedade sem indivíduo.

— Muito bem! Aprendeu a lição. Li em algum lugar que “de acordo com a ‘Teoria da Evolução’, de Charles Darwin, o ser humano resultou de um processo de multiplicação e recombinação genética feita pelo DNA e RNA (adenina, quinina, citosina e guanina). Apenas estas quatro substâncias, alinhadas sobre um suporte em sequência aleatória de milhões de unidades, são responsáveis pela transmissão das nossas características aos nossos descendentes. Ocorre, que por mais perfeito que este processo seja, em uma ou outra ocasião, acontecem erros. Sabe o que isto quer dizer? Que nós somos produtos de erros, que ao longo de milhares de anos de evolução, fizeram com que melhor nos adaptássemos as condições de vida do nosso planeta. O aproveitamento desses erros como experiência e aprendizado genético, possibilitou a nossa continuidade através dos tempos. Errar é muito mais humano do que se pensa. Sem erro não há evolução, e o homem não teria chegado ao estágio onde está”. Formidável, não é mesmo?

— Sim, senhor. Formidável!

Dizem que lá pelas bandas da Ásia Meridional, às margens de um rio, há um velho deitado, que diz: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.


  
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