SENTIMENTAL


Lorsque les trilles de clairon:

Ele varria o sentimento para debaixo do tapete, no afã de um dia resgatá-lo, como quem coloca uma joia no prego; depois tira. Era o penhor empenhado. O vassalo avassalado. O tédio entediado. Gostava de Simone de Beauvoir, mas não podia com Jean-Paul Sartre. Não entendia porquê amava “Mémoires d'une jeune fille rangée” e odiava “La putain respectueuse”. Do autor de “La transcendance de l'égo”, simplesmente não gostava… Preferia “Tous les hommes sont mortels”. Era tímido, ensimesmado, hermético, egocêntrico. Até seria um nerd, se os nerds fossem tão densos quanto ele. Mas, não.

Um dia assistiu “C’était un rendez-vous”, de Claude Lelouch, e apaixonou-se pelo filme. Asistia-o diariamente como quem reza uma prece. Era adepto do ‘cinéma vérité’, e quando podia; corria a mão em uma câmera giroscópica e rodava um curta-metragem. Inteligentíssimo, era capaz de dissertar sobre filosofia como quem dá nó em pingo d’água. Mas era um homem só. Viver para ele estava mais para Claude Debussy do que para Wilhelm Richard Wagner. 




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