BARAFUNDA




Lettre d'amour:

Ontem chegou-me uma carta de Lota de Macedo Soares. Era uma carta de amor. Alguém a encontrou no fundo de uma gaveta e me deu. Estava endereçada à Elizabeth Bishot. Dentro da carta tinha uma rosa em botão. A rosa estava desbotada. Pelo adiantado da hora, pelos anos que vivera dentro da carta, perdera a cor. De certo era uma rosa vermelha. Pois vermelho é a cor do amor. Se fosse rosa-chá significaria respeito. Mas esta era puro carmim. A minha rosa-amor então é rosa-paixão. Contudo, não é minha a carta, muito menos a rosa. Melhor seria devolvê-la ao verdadeiro dono. Mas o dono em questão é dona, já que se trata de Elizabeth Bishot.


Hoje acordei decidido a ficar com a carta. Acho que Lota não irá se importar. Vou fazer de conta que a carta é minha. Mas o que será que Elizabeth faria se lesse esta carta? Acho que pularia de alegria. Acho que sairia correndo e compraria um buquê de rosas vermelhas. Acho até que voltaria para casa pulando num pé só. E depois que estivesse bem cansado, deitaria ao luar e beijaria a carta. Imagino até que choraria. Chorar faz bem nessas horas. Choro de alegria, suponho. Afinal, há coisa tão linda escrita aqui, que se ela sofresse do coração, teria um enfarto fulminante. Mas convenhamos ninguém morre de amor.  



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